quinta-feira, 26 de abril de 2012

escolhas e fantasias

Muito se queixam as pessoas, mas o certo é que, o governo que têm é sua escolha. Que esperavam, ao tomar a decisão de votar em pessoas cujo universo mental parece o de um mata-borrão? O único acerto foi anteciparem o derrame de tudo o que é vital e a respectiva absorção por um governo que parece um aspirador de anti-matéria. Há que deixar de responsabilizar gente obviamente incapaz de assumir determinadas responsabilidades e começar de imediato a imaginar governantes poderosos, criativos e capazes de mudar realmente a nossa realidade.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

desobediência

Art image by Marita M. Ferreira
Há coisas que nunca conseguirão ter a minha simpatia, como o terrorismo, o abuso, o lado negro da vida, a amargura, o desespero, a histeria. Também não posso ter simpatia por ideias como a do ministério do interior espanhol, que equaciona a resistência passiva como crime. Fui educada como muito boa gente, a respeitar a autoridade e a pensar sempre que atrás da ordem está sempre algum benefício. Não vejo, no entanto, nenhum mérito em obedecer, quando me estão a atirar para um poço.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

quem tem medo do lobo mau?

Art image by Marita M. Ferreira
O medo sugerido é uma grande arma. Porque se nos pintam um cenário terrível, imaginamos o pior. Nem sequer o que os nossos inimigos conseguem imaginar como pior para nós, mas aquilo que nós próprios sabemos de que temos medo.
É o que acontece quando o Governo e as muitas troikas exteriores nos dizem que a crise está má e ainda vai piorar. Infelizmente, o Governo é democraticamente eleito por nós, para nos governar, mas apenas governa segundo os interesses dos outros. Os governantes são, por isso, pagos por nós, mas assalariados de corporações internacionais. E com elas nos ameaçam, com o maior dos descaramentos.
Ora, o que aconteceria se não aceitássemos o cenário de terror do Governo? Que aconteceria se deixássemos de pagar a dívida que nos impuseram? O apocalipse?
Não. Nem sequer isso. Claro que ficávamos mal, sem o crédito alheio, mas mal já nós estamos e ainda vamos ficar pior. Mas podemos escolher entre ficar mal, mas sermos donos do nosso destino, ou ficar mal e nunca sermos donos de nada, condenados a ser os fantoches de todas ascorporações internacionais que põem e dispõem da nossa vida e do nosso esforço.
O mundo acaba? Não. O País acaba? Não. As dificuldades acabam? Não. Mas acaba a pressão e aquilo com que tem de se lidar é muito mais humano, muito mais pragmático, muito mais certo.
Alguém alguma vez ouviu dizer que um país desapareceu do mapa por não ser capaz de pagar a dívida externa? Não, pois não? As pessoas desse país morreram todas? Desapareceram no espaço escuro? Não. Então o que lhes acontece? Nada, absolutamente nada. Continuam na bancarrota, mas os chupistas escolhem outros países para extorquir e deixam-nos em paz uns tempos.
Por isso, quem tem medo do lobo mau? O Governo? Então que tremam eles dos pés à cabeça. Os outros podem encolher os ombros e abandonar a brincadeira, porque deixou de ter graça.