sexta-feira, 28 de julho de 2017

misteriosos triângulos de fruta



É tudo uma questão de laranjas, rosas e maçãs. As primeiras bem podem ser os frutos da árvore do conhecimento, em vez da maçã comida no Paraíso, que afinal simboliza o pecado de se querer conhecer, o que não faz sentido nenhum. Já as rosas, escondiam os pães no regaço da Rainha Santa. Nada é o que parece e há sempre uma outra forma de explorar a realidade. 
Na minha versão, o sumo de laranja, o perfume da rosa e a tarte de maçã, com ou sem gelado de natas, resumem praticamente todos os segredos deste peculiar trio. 
No entanto, se me lembrar que a atmosfera terrestre é como uma camada de película plástica a envolver uma laranja, encaro seriamente a possibilidade de acabar de vez com os fogos de artifício, a desmatização e a criação intensiva de animais, responsáveis todos eles pelo dano provocado na fína película de plástico que envolve a nossa laranja universal.
O milagre das rosas é um dos meus favoritos, visto demonstrar que podemos tranformar qualquer coisa noutra coisa qualquer. O problema é saber se é mesmo o que se quer. 
No campo dos pecados, o melhor é ficarmos por uma simples dentada inocente na maçã e deixarmos de prestar atenção às más línguas desta vida. E não esquecer a canela na tarte.
Aí está o que resume este misterioso triângulo de frutos. 

A laranja doce foi trazida da China para a Europa no século XVI pelos portugueses. É por isso que as laranjas doces são denominadas "portuguesas" em vários países, especialmente nos Balcãs (por exemplo, laranja em grego é portokali e portakal em turco), em romeno é portocala e portogallo com diferentes grafias nos vários dialectos italianos. 

A rosa (do latim rosa) é uma das flores mais populares no mundo. Vem sendo cultivada pelo homem desde a Antiguidade. A primeira rosa cresceu nos jardins asiáticos há 5 000 anos. Na sua forma selvagem, a flor é ainda mais antiga. Celebrada ao longo dos séculos, a rosa, símbolo dos apaixonados, também marcou presença em eventos históricos importantes e decisivos. Fósseis dessas rosas datam de há 35 milhões de anos.

"Maçã" originou-se do termo latim mala matiana, que significa "maçãs de Mácio"O centro da variedade do gênero Malus é no leste do Turquia. A macieira era talvez a mais antiga árvore que tenha sido cultivada, e seus frutos foram melhorados com a seleção ao longo de milhares de anos.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

coexistência


Hoje são árvores, vibrantes. agradeço-lhes que permitam o uso dos meus pulmões. "it's coexistence or no existence" (Bertrand Russell)

quarta-feira, 26 de julho de 2017

a estação do veneno


Abriu a época da má criação, dos ataques, do veneno; e dos elogios cegos. Daqui até às eleições, cidadãos que na maioria das situações exibem um comportamento perfeitamente natural, invocam o que de mais primário existe e atacam violentamente qualquer um que não concorde com o seu líder de eleição.
Pior, os líderes fazem exactamente o mesmo, tornando pré-campanhas e campanhas eleitorais numa competição de insultos e mesquinhices que não acabam. Para ajudar à festa, os média competem na arte de transformar afirmações danosas, ou não, em matéria ainda mais baixa e indigna de atenção. 
Todos acreditam terem público para isso. E depois preocupam-se com os resultados da abstenção...
Quem, no seu prefeito juízo se engaja numa batalha tão sem sentido?

Se não se lembram, é bom salientar que as campanhas eleitorais são sobre as pessoas e o seu bem-estar. Sobre a forma de produzir mais e mais organização e justiça, cuidar de todos e dos seus interesses comuns, de amenizar e alegrar a vida como prioridade.
Mais, é sobre a escolha de pessoas que possam fazer isso mesmo, sem olhar para os cargos públicos como uma forma de enriquecimento pessoal e apenas isso.
É para que o território seja um espaço organizado, limpo e agradável para todos. Onde os erros são reconhecidos, estudados e emendados para que ninguém sofra desnecessariamente com as consequências.
São sobre o que torna a vidas das pessoas melhor e não sobre quem deita abaixo o maior número de adversários. Não são uma competição, mas um trabalho de propostas que todos devem examinar e colaborar para pôr em prática.

Será que há um alinhamento específico de astros ou de circunstâncias que tornem, da noite para o dia, pessoas absolutamente normais em abismos de anormalidade, má educação e irracionalidade? Que pesadelos nos assaltam nesta estação do veneno?

segunda-feira, 24 de julho de 2017

sometimes, roses

'sometimes, roses' - pen on paper, by MMF
Só há uma forma de expressar e libertar emoções: pô-las cá fora. A riscá-las no papel ou a deixar que transbordem em tudo o que trazem, bom ou mau. A vida e o tempo se encarregam de lhes encontrar o equilíbrio e significado. Tudo o resto sao macaquices aprendidas à laia de vernizes, filtros, bloqueios. Mas sabe bem dar-lhes livre curso e não nos amedrontarmos com elas. Todas as rosas têm os seus espinhos. E perfumes delicados. Rosemos... 

sábado, 15 de julho de 2017

estranhos caminhos

'strange ways' by MMF
Estranhos caminhos são os que estão por experimentar. Não são erros, mas realidades que escolhemos explorar ou deixar para trás. São conceitos criados por nós e prontos a utilizar, modificar, enriquecer, abandonar. São estranhos, como filhos que vemos pela primeira vez e não reconhecemos. No entanto, são nossos e ganham existência a partir da nossa iniciativa, das nossas acções, vontades, desejos e escolhas. Por que nos parecerá sempre tão duro aceitá-los? Parece-nos difícil ultrapassar os condicionamentos sociais e culturais, aqueles que julgamos serem a nossa personalidade e, afinal, não passam de noções que nos são incutidas por outros, que também já os receberam de outras gentes. Mas apreciar a verdadeira capacidade que temos de criar, expandindo o conhecimento e a consciência, ampliando conceitos e cenários, não é pura e simplesmente magnífico? Estranhos caminhos são estes que criamos com tanta facilidade que nem os reconhecemos quando surgem à nossa frente, Não são desafios. São possibilidades que já concretizámos e que apenas aguardam mais uns segundos de avaliação e decisão para se transformarem de novo em estranhas possibilidades, continuamente em aberto.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

tudo o que venha a baile

by Eiko Ishioka (homenageada hoje pela Google)

Às vezes apetece escrever sobre nada. Não nada mesmo, mas sobre qualquer coisa que surja, sem filtros. Ou sobre a bonita homenagem que a Google faz hoje a Eiko Ishoka, que foi a criadora dos fantásticos figurinos do Drácula de Bram Stoker.
Voltando ao escrever sobre nada: é quase como escrever sobre tudo, com todas as possibilidades em aberto. Gosto de me sentir assim, live para explorar tudo o que venha a baile.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

mudança: vamos a isso?



É um facto que somos incapazes de governar as nossas vidas com a coerência e a eficácia que desejaríamos. Senão vejamos: passamos a vida a lamentar-nos e a implorar por mudanças.Tanto o fizemos, que elas estão aí à porta: em casa, nas relações, nas instituições incapazes de funcionar cabalmente, na vida social e política, em que são cada vez mais evidentes as incoerências e a falta de respostas, em todo o planeta, que explode em demonstrações de insustenabilidade.
Toda a gente fala agora de um novo paradigma, mas ninguém o enuncia de facto. Porque o pressentem, porque já está a acontecer, mas são essas mesmas pessoas que lhe resistem, sem se dar conta que, para que este novo paradigma resulte, não podem continuar a repetir as mesmas velhas fórmulas.
Foram essas fórmulas, rotinas, vícios de pensamento que produziram o caos e a incoerência a que assistimos hoje. Por isso, repeti-los só cria mais do mesmo. O novo paradigma é uma mudança de hábitos e de pensamentos, dentro de nós, socialmente, globalmente.
E quem estiver à espera que polícos e líderes resolvam tudo, está no antigo paradigma e só vai sofrer com este. Está na altura de acreditar no poder individual que temos e de corrigirmos o que nos aflige. De acreditar que a mudança só nos beneficia e, afinal, fomos nós que passámos décadas a protestar e a pedi-la.
Ora, cá está ela e só temos de a abraçar e a compreender como a materialização dos muitos pedidos de ajuda que temos vindo a fazer. Vamos a isso?