terça-feira, 23 de outubro de 2018

anjos como nós

'secret keepers' - 2012 (watercolor)
Há anjos como nós, que de vez em quando se cruzam no nosso caminho e nos enchem de sinais e sensações que nos são familiares e estranhos ao mesmo tempo. Ou é o tempo dos anjos que se mistura com o nosso e parece então que fica fora do lugar ou da sequência que lhe damos habitualmente.
Há anjos que só nos aparecem para correcções de rota, por instantes, para voltarem a pôr-nos no caminho certo. Outros que nos acompanham a vida inteira e nem sequer se fazem especialmente notados. E ainda uns que nos arrebatam como se nada mais no mundo importasse.
Agrada-me muito esta ideia de viver num mundo de anjos que surgem como lufadas de ar fresco, ondas poderosas ou rios de emoções e sensações em que é obrigatório mergulhar e disfrutar para entender o verdadeiro sentido da vida.
Como anjos, cada um de nós faz parte dessa dança encantada em que o mundo se transforma quando nos deixamos levar por coisas boas e entusiasmos vários. Por coisas que lamentamos muito quando deixamos fugir, sem nos apercebermos que elas voltam, talvez com outras roupagens, mas sempre com a clara intenção de nos obrigarem a reflectir e a viver qualquer coisa importante.
É muito agradável manter uma saudável consciência de sermos anjos que se dão com outros anjos. Mesmo sem asas ou poses celestiais. Apenas com uma honesta vontade de participar de uma visão angelical de todas as coisas.

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