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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

bem plantar para melhor colher


Não voto, não dou confiança a esses palermas, disse-me alguém. Esses palermas decidem o que podes ou não fazer, que qualidade tem a tua vida, quando é que te reformas e se vais ter protecção e justiça quando precisares dela, pensei.
De que estamos a falar afinal? De comer menos batatas fritas ou mais fruta e salada? De ter filhos, escrever livros e plantar árvores? Ou de tudo isso como se fosse apenas um comentário de café, só para fazer conversa, só para mostrar como conseguimos ser deliciosamente nonchalant até com coisas sérias?
Votar é depositar uma semente na terra e esperar que cresça e dê frutos. É uma relação que se estabelece com a organização da nossa vida. É uma questão e uma acção séria, que deve ser tanto mais ponderada quanto a importância que acaba por ter em toda a nossa vida.
Não é um kleenex que se descarta, nem um concurso de caras e figuras para escolher como num álbum de fotografias: esta gosto, esta não gosto, esta é mais ou menos.
O nosso voto vai para pessoas que ficam obrigadas a tomar contada nossa casa, da nossa integridade, da nossa segurança. Alguém entrega isso a estranhos, gente menos confiável ou deixa a sua casa à mercê do acaso? Do voto dos outros?
Tanto descontentamento não merece já alguma atenção e acção? De que valem a lamúria e a raiva se não motivarem acções para a mudança? Se há tanto para protestar, por que não se faz alguma coisa para mudar?
Chega o momento em que é preciso ser coerente e prático. Em que nos levantamos para fechar a maldita torneira que pinga há anos e nos dá cabo da paciência e do orçamento.
Deixem de fingir que não se importam, porque tudo o que se houve é o que todos sabemos que está mal. Mas onde estão as pessoas dispostas a dizer que vão votar porque chegou a altura de mudar realmente alguma coisa?
Cascais foi um dos três concelhos com maior abstenção nas últimas autárquicas. Querem ver que a vocação desta terra é para a criação de avestruzes de cabeça enterrada nas dunas?

domingo, 17 de setembro de 2017

o silêncio dos descontentes

foto mmf
Há um silêncio estudado em relação às eleições autárquicas que estão à porta. É o que têm mantido os auto-denominados órgãos de comunicação social. E por estes entendam-se indústrias de entretenimento através das quais é impossível distinguir notícias verdadeiras de manipulações descaradas da realidade. 
Há um silêncio assustador que é o do Estado e o do poder em relação à aberração em que se tornou a comunicação social. Parece que ainda contam com ela para trazer a lume alguma revelação ponderosa, como se ainda acreditassem numa reviravolta do jogo, e que quem domina a indústria pudesse ainda escolher outro lado que não o do dinheiro e dos grandes negócios.
Há o silêncio amarfanhado e raivoso dos jornalistas forçados a praticar um ofício que em nada se parece com o prometido nos seus sonhos, nas escolas e na honra de qualquer profissão. E como se vingam, na primeira oportunidade, esses humilhados escribas do poder...
Há o silêncio dos pobres de espírito que saem de casa todos os dias apenas para, como antenas de uma só função, apanharem no ar partes do diz que disse e reproduzirem essas amálgamas de aleivosias em gostos e bonequinhos nas redes sociais.
Há o silêncio dos descontentes, que mesmo podendo votar ou protestar, se deixam manietar pelos seus medos e exibem a negação como se de um traço de grande carácter se tratasse. Não se manifestam  e, de preferência, sonham passar despercebidos, com a cabeça enterrada na areia, a sonhar com o milagre que um dia lhes vai acontecer e tornar a sua vida no grande sonho que escondem dentro de si. E que apenas eles conhecem, esquecendo-se de que os aplausos por tão grandes sonhos e sucessos só pode dar-se com a colaboração dos outros.
E há também o silêncio amordaçado de quem quer mudar alguma coisa no meio destes silêncios todos.
Há uma qualidade sombria neste silêncio que não é de ouro porque alguém acredita que o ouro não é para todos. Mas é.
O silêncio vale a pena quando é para fazer orelhas moucas às más intenções alheias e agir com o coração, com verdade e com honra. Quando se deita a mão às poucas armas disponíveis e se faz cm que elas contem. Em votos ou em qualquer outra intenção manifesta.
Tudo o resto é fingir que se anda vivo quando já se aceitou uma morte antecipada. 

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

o triunfo dos homenzinhos

© rumoresdenuvens 2017
Já não há homenzinhos desagradáveis de lápis azul a riscar letrinhas no papel. Tornaram-se obsoletos, substituídos por gente muito mais importante: donos de pretensos órgãos de comunicação social que partilham a estranha crença de que são donos de tudo. São igualmente desagradáveis e homenzinhos, mas usam bons fatos e as unhas tratadas, em vez de roupa modesta e cinzenta e mãos sujas de tinta de impressão. 
Há quem diga que são poderosos porque podem, porque são de organizações secretas e obscuras, de partidos políticos influentes, ou empresas milionárias, ricos de nascença, porque têm amizades influentes, ou se associam ao grande capital, etc.
Até pode ser tudo isso, mas a verdade é que estes homenzinhos não são é pessoas de bem. Acreditam que umas quantas oportunidades e muitos mais atropelos lhes conferem direitos e privilégios que ninguém tem.
Por exemplo: decorre a pré-campanha eleitoral mais discreta de que há memória desde os tempos da ditadura. São autárquicas, mas o menino bonito das televisões é um ex-primeiro ministro, talvez pela grande escassez de ideias e argumentos que lança para o éter, enquanto visita locais em que não se passa nada.
Será a era dos telejornais das alforrecas? Da matéria gelatinosa, pegajosa e falha de conteúdo? Salpicada com muitos incêndios e borrascas, que parecem vir de encomenda para a abertura dos noticiários... O Crime, o Correio da Manhã e o 24 Horas fizeram, afinal de contas, escola e sucesso, apesar do desprezo público a que foram votados pelos mesmos jornalistas que hoje os copiam.
Voltando à eminente campanha eleitoral, sem menção de nota pelos serviços noticiosos, limitam-se a um o outro debate cuja finalidade é dar alguma vantagem aos candidatos favoritos dos donos de tudo isto. Mesmo assim, escasseiam, não vão os visados conseguir estragar, mesmo assim, a fraca imagem que já trazem como bagagem.
Todos os outros desapareceram do mapa, à excepção dos cartazes nas rotundas e das arruadas organizadas localmente e jamais relatadas.
São tempos de um estranho protagonismo desses homenzinhos tão bem sucedidos que até temem a própria sombra. Tempos de censura que nem o Estado tem coragem de denunciar. Ditaduras na surra, para ninguém comprometer e não comprometerem ninguém.
É triste observar como a elite dos nossos dias é afinal um montinho de gente pequenina e com medo de ser politicamente incorrecta, uns trumpinhas que nem cortes de cabelo ridículos se atrevem a usar. Aprenderam a deletar os outros a coberto dos teclados virtuais e outras tecnologias de ponta, mas na vida real não há ponta por onde se lhes pegue.
Neste momento o seu maior atrevimento é dissolver uma campanha eleitoral e esperar que cinco mil votos sejam suficientes para manter a legalidade da governação da minoria. 
Até marcam jogos de futebol televisionados para o dia das eleições, para garantir que os poucos prospectivos votantes ainda acordados sejam convenientemente distraídos dos seus direitos e deveres. Mais valia oferecerem livremente bolinhos de maconha a toda a população no dia de reflexão antes do acto eleitoral.
É a censura dos homenzinhos, mais uma vez, e não há quem nos acuda. Desta vez estão em todo o lado, como um vírus extreminador. Sem vacina preventiva.

a importância de se chamar Gabriela

Gabriela Canavilhas

O defeito imediato que se lhe apontou à cabeça foi o de não ser de Cascais e, portanto, de não conhecer o território que se propõe governar. Gabriela Canavilhas provou rapidamente que há contras que são, afinal, vantagens: nada tomando por garantido, estudou a fundo o concelho, visitou-o, rodeou-se de quem vive e conhece a região, falou com muita gente e avançou com segurança com propostas que assume como compromissos.
Neste momento, Gabriela conhece melhor o concelho do que a maioria esmagadora dos cascalenses, que vive trancada nos transportes e nos empregos fora do concelho durante o espaço em que entra e sai de casa. 
Como mulher, constantemente menorizada pela condescendência com que os candidatos masculinos descartam a importância dos adversários do sexo 'fraco', recusa o papel de vítima e não se atrapalha no que exige dos seus rivais. Afinal, é uma discriminação perigosa, a demonstrar que há quem não tenha pejo em exibir publicamente a falta de respeito que tem por metade da população votante.
Gabriela Canavilhas sabe perfeitamente que os seus direitos não estão ameaçados apenas porque um punhado de de indivíduos acredita que as velhas crenças hão-de ajudá-los a manter indefinidamente uma ordem que exclui os interesses de todos em favor de alguns e desonra todos os valores meritórios de humanidade e serviço aos outros.
Porque é de serviço aos outros a proposta que traz para a mesa do governo de Cascais. E após dezasseis anos de maquinações partidárias do mesmo sinal na nossa terra, nem o ónus da ligação aos grandes interesses económicos lhe podem apontar. Emerge assim duplamente capaz de atacar os problemas de raiz com que o concelho se depara.
Gabriela, par feminino do arcanjo mensageiro dos Céus que esteve presente em todos os momentos prenunciadores de uma grande viragem para a Humanidade, é neste contexto a anunciadora das mudanças que, de uma forma ou de outra, ocorrerão em Cascais. 
Pois caso vos tenha falhado um dos seus belíssimos lemas de campanha, pelos velhos mapas não se chega a novos destinos, é fácil perceber como Gabriela Canavilhas abraça a mudança de paradigma (modelo ou padrão a seguir) de que tantos falam e tão poucos entendem, ou fazem tenção de pôr em prática.
Uma nova mentalidade e uma nova atitude são exigências mandatórias para os líderes actuais. Já não há complacência possível para com quem anuncia maravilhas e produz aberrações. 
Gabriela, como artista que é, tem a tenacidade e o ânimo necessários para, nestas circunstâncias aparentemente adversas, acreditar que nada está perdido quando estamos dispostos a recomeçar em qualquer altura.
Como alguém habituado a criar e a confiar no seu instinto, não lhe é difícil imaginar um Cascais completamente diverso do actual. Muito diferente do que é possível na imaginação de quem limita a criação a novas tabelas de taxas municipais e à crença de que se pode abusar impunemente dos cidadãos, em vez de os servir.
A cultura e a boa educação fazem diferença num cenário de jogo viciado em que tudo se reduz, há anos, a impulsos básicos de sobrevivência. De um lado dirigentes demasiado preocupados em manter os seus poleiros que pouco mais conseguem fazer; por outro, uma população votante massacrada por contas astronómicas e uma vida muito diferente da que mostram os anúncios sobre a qualidade de vida da região.
Nem os ricos disfrutam Cascais. Entram e saem ao ritmo das fanfarras popularuchas criadas à imagem e semelhança de quem dirige os tristes destinos da nossa terra. Aos restantes cabe a penosa tarefa de pagar cada vez mais pela estada numa zona de embustes e de banha da cobra televisiva.
Gabriela Canavilhas pode não ter eco nas televisões que apoiam os poderosos por serem dos poderosos. Mas sabe que não são esses que pagam com o seu esforço diário o estilo de vida cascalense.
Sabe que há pelo menos mais uma centena de milhar de votantes com vontade de mudar o que os outros vinte e sete mil impuseram nos últimos quatro anos. Tem uma visão para Cascais que não é um simples avancamento descontrolado.
É com o coração e com muita inteligência que se propõe mudar o que entristece e revolta o coração dos cascalenses. Que as boas obras inspirem o seu trabalho e o futuro de quem delas possa e queira beneficiar.


segunda-feira, 10 de julho de 2017

mudança: vamos a isso?



É um facto que somos incapazes de governar as nossas vidas com a coerência e a eficácia que desejaríamos. Senão vejamos: passamos a vida a lamentar-nos e a implorar por mudanças.Tanto o fizemos, que elas estão aí à porta: em casa, nas relações, nas instituições incapazes de funcionar cabalmente, na vida social e política, em que são cada vez mais evidentes as incoerências e a falta de respostas, em todo o planeta, que explode em demonstrações de insustenabilidade.
Toda a gente fala agora de um novo paradigma, mas ninguém o enuncia de facto. Porque o pressentem, porque já está a acontecer, mas são essas mesmas pessoas que lhe resistem, sem se dar conta que, para que este novo paradigma resulte, não podem continuar a repetir as mesmas velhas fórmulas.
Foram essas fórmulas, rotinas, vícios de pensamento que produziram o caos e a incoerência a que assistimos hoje. Por isso, repeti-los só cria mais do mesmo. O novo paradigma é uma mudança de hábitos e de pensamentos, dentro de nós, socialmente, globalmente.
E quem estiver à espera que polícos e líderes resolvam tudo, está no antigo paradigma e só vai sofrer com este. Está na altura de acreditar no poder individual que temos e de corrigirmos o que nos aflige. De acreditar que a mudança só nos beneficia e, afinal, fomos nós que passámos décadas a protestar e a pedi-la.
Ora, cá está ela e só temos de a abraçar e a compreender como a materialização dos muitos pedidos de ajuda que temos vindo a fazer. Vamos a isso?