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sábado, 18 de abril de 2020

vermelhos, árvores e vento

"African Walk" by MMF
A memória mais antiga e persistente é de uns passeios ao final da tarde, numa rua de terra batida, entre árvores muito altas. Lembro-me da luz avermelhada, do vento na cara e do cheiro, de solavancos e vozes femininas à conversa. Passeios no carrinho empurrado pela rua principal de Vila Paiva de Andrade, hoje Gorongosa. 
Há por aí fotografias de sestas em cima de uma esteira e ao lado da leão da Rodésia que arreganhava os dentes às visitas que achavam a cena ternurenta e depois preferiam tomar o mazagran com limão no outro extremo da varanda.
As cores dos passeios e a felicidade permanecem, como o encantamento pelas árvores e pelo som que delas traz o vento.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

sexta-feira treze

"Friday and 13"

Nasci numa sexta-feira treze e nunca entendi a negatividade que a ela se associa. O treze é um número simpático e reduzido à sua expressão mais simples, dá quatro, o número do quadrado que sustenta as pirâmides, por exemplo. É sólido, representa fundações e outras construções mentais que muito nos aproveitam.
Usar o dia para assustar alguém é, no mínimo, uma fantasia de mau gosto. A maior parte das pessoas diverte-se a plantar sementes de superstição nos outros e isso não é muito saudável. Especialmente neste momento em que a nossa consciência alargada nos mostra que, mais do que nunca, devemos explorar todas as maravilhosas potencialidades que o nosso pensamento é capaz de imaginar. E que é possível pôr em prática para moldar o mundo de uma forma mais agradável e prazenteira.
A sexta-feira treze devia ser celebrada como um momento de viragem e de concretização, de reflexão sobre a força que podemos imprimir à realização dos nossos sonhos.
Reza a história familiar que, tardando a minha resolução em vir a este mundo, só me decidi depois de uma carga de elefantes, em plena Gorongosa. Ora, o elefante é um símbolo de boa sorte e também  de sabedoria, persistência, determinação, solidariedade, sociabilidade, amizade, companheirismo, memória, longevidade e poder. Por que razão haveria, então, de ver o pior da sexta-feira treze, com tantas características auspiciosas a ela associadas?
Sempre que chega uma sexta-feira treze sinto, invariavelmente, uma energia poderosa e alegre, apenas toldada pelos disparates que por aí se dizem sobre o dia. Que mal se pode ver num gato preto ou num guarda-chuva aberto dentro de casa? A não ser, claro, preferir explorar a adrenalina do medo e as suas pouco inteligentes consequências?
Abençoadas sextas, a treze e não só. A vida está sempre a presentear-nos com tudo o que precisamos para a transformar num carrossel de alegrias e as multiplicar em maiores benesses. E todos a podem ver dessa forma, em vez de desperdiçarem o pouco tempo que nos cabe aqui em infelizes futilidades.

terça-feira, 24 de março de 2015

absolutamente felizes

Melucha, Marita, Ana Margarida (foto: M.V. Moreno Ferreira - Vila Paiva de Andrade, Gorongosa)
Usamos o passado para calcular o futuro e, dessa forma, devíamos fixar-nos em momentos absolutamente felizes, como este, de uma infância vivida sem a pressão de memórias desagradáveis. Dessa forma não envenenávamos o presente e evitávamos o pavor de futuros que só desatinam na nossa cabeça.