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domingo, 3 de junho de 2018

padrões e inteligência


A inteligência dos padrões é frequentemente subestimada. A sua beleza é evidente, mas poucos se interrogam sobre as razões que levam à atracção que provocam. A resposta é simples, embora descartada pela maior parte das pessoas que observam esse tipo de manifestações.
Os padrões são atraentes porque evidenciam a nossa capacidade de perceber que a repetição não é casual. Ocorre porque há ligações a perceber na manifestação de fenómenos semelhantes. São sinais de que há coisas a perceber. Há consciência a desenvolver em torno do que se repete e conclusões a tirar que expandem a nossa percepção.
A beleza dos padrões é essa sensação de coisas que fazem sentido sem que apliquemos mais esforço nisso, senão o do simples reconhecimento da sua existência e das possibilidades que se multiplicam a partir do momento que se observam.
Casar conscientemente a inteligência e a beleza em formas destas é uma pista valiosa para quem gosta de investir tempo a descobrir e a entender. Acrescenta sempre alguma coisa ao sentido que se busca para a existência. 
É uma revelação sem fim que traz luz, conhecimento e apreciação por esta forma de ver o mundo.

domingo, 13 de maio de 2018

portas e janelas


Há coisas que não se fazem, outras que são obrigatórias, nem que seja pelos dedos que se apontam ao abrigo de estados de consciência que vão e vêm como modas. Há portas e janelas que se fecham e abrem como as das casas assombradas, de prisões de todo o tipo, de saídas de emergência e por aí adiante.
Só podem ser correntes de ar, redemoinhos sem eira nem beira. Manifestações incompreensíveis de vontades e atributos cujos desígnios são como os dos deuses e de outras entidades que se nomeiam à la carte. Medos e certezas talhados mais pela imaginação do que pelo conhecimento das regras que regem todas as coisas.
Há portas e janelas, sim, mas também uma ignorância total daquelas que se devem abrir ou fechar. E ainda há o que cai ou não cai no goto, o instinto que declara alertas e os estados de coragem que ditam acções inebriantes e uma fé inexplicável nos bons desenlaces.
Temos esta vida que parece uma viagem psicadélica de causas e efeitos sem controlo aparente. E temos, obviamente, a possibilidade de a viver trancando todas as portas e janelas para fugir às correntes de ar.
São escolhas intermináveis e também a escolha de não assumir qual fazer. Na ignorância, podemos viver, simplesmente, como uma garrafa sacudida pelas ondas que não sabe a que praia chegar.

sexta-feira, 23 de março de 2018

livros, redes e conhecimento

foto MMF

Esta imagem de uma exposição de há anos, no Porto, de livros guardados atrás de grades, numa visualização daquilo que sempre foi o destino, ou fado, destes objectos e do conhecimento, das ideias que armazenam através do tempo.
A leitura é sempre um passeio novo, por terrenos desconhecidos, virgens e revigorantes. Amplia a nossa visão do mundo e das possibilidades sempre renovadas que os outros nos descrevem. A forma com pensam exemplifica a grande variedade de pensamentos que sete biliões de seres humanos praticam neste planeta a todo o instante, criando infinitas possibilidades e combinações.
Não é fácil imaginar esta rede natural de conhecimento que funciona sem parar e sem ajuda de outro instrumento que não o do nosso pensamento. É a maior rede sem fios do mundo, gratuita, completa e verdadeiramente livre.
Com alguma ironia, as redes também simbolizam prisões, divisões, limites que pomos em prática. Quando abandonamos a visão geral para nos escondermos atrás de protecções imaginárias que, afinal, nos separam com a sua segregação artificial.
Quando falamos uns com os outros, se nos abstrairmos das convenções sociais que nos engaiolam muito mais do que qualquer rede de metal, a troca de conhecimento e de experiências é motivante e libertadora.
Ao ler, entramos também em contacto com o registo escrito de conhecimentos e ideias de quem não está fisicamente presente na nossa vida. Ou quando escolhemos qualquer outra forma de expressão de um ser humano, artística, quotidiana, pensada ou espontânea. 
Há sempre algo extremamente motivante na percepção deste quadro magnífico de que fazemos parte e que impulsiona a nossa experiência neste mundo. Qualquer coisa que nos faz pressentir a divindade colectiva de que fazemos parte. A pertença superior que nada nem ninguém pode alguma vez anular. 
Tudo o resto é ilusão e birra de quem presta mais atenção ao que se passa com os outros do que ao que traz dentro de si.