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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

o maior golpe

foto MMFerreira
Elegemos pessoas para gerirem os bens comuns que, mal se apanham nessa posição, nos subtraem poder e bens, para os alienar, vendendo-os a empresas que assim se tornam donas de nós. Tem de haver uma forma de tornar completamente ilegal este tipo de acções. De ilegalizar permanentemente políticos e o poder que se conferem. Afinal, todos os outros são a maioria e é preciso que seja respeitada.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

uma barriga demasiado cheia

Copyright MMF
Os problemas começam quando a gente se torna incapaz de os ver. Há anos que os sinais se multiplicam, mas o poder está cego e não vê o óbvio: aquilo que o vai derrubar. Não são partidos, não são líderes. E faltando estes, o poder acha que não há perigo nenhum. Demasiado habituado a descobrir a cabeça da cobra para a decepar, não entende que até a oposição mudou. Não são precisos líderes ou partidos para convocar o apoio dos oprimidos. Bastam as comunicações, a facilidade com que hoje de diz que não se está de acordo com isto ou aquilo, se espalha a palavra e se convocam simpatizantes para uma causa.
De que lhes adianta estarem a tentar descobrir o futuro do euro, da comunidade europeira e da economia global, se não é nada disso que está em causa? Já ninguém acredita na capacidade de liderança dos economistas e estrategistas do poder, a não ser uns poucos esbirros e novos recrutas.
Não são as armas a ameaça, mas a falta de vontade das pessoas vulgares em aceitar os cada mais frequentes abusos de poder. Como é que vão usar os seus exércitos em pessoas que não pegam em armas? Como é que vão acabar com a resistência de pessoas que, pura e simplesmente, já não lhes ligam nenhuma?
Podem apertar o cinto quanto quiserem, porque a maior parte das pessoas já sente, se não sabe, de facto, que nada tem a perder. A maior derrota é a da incapacidade de diagnóstico da situação.
O poder investiu tudo numa única frente: o poder económico e a usura. A frente está gasta, seca, improdutiva. Comeram o pequeno-almoço, o almoço, o jantar e a ceia, atacaram a despensa e agora não há provisões nem onde ir buscá-las. Mais, estão de barriga demasiado cheia para conseguir rebolar para outro lado.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

tentar escapar

Ao contrário dos votos trocados no princípio de outros anos, os deste ano podem começar como os desta conversa, tida há um bocado com um amigo:
- Que tal vai isso?
- Vai indo. Vou escapando aos despedimentos. E tu?
- Trabalhando por conta própria. A tentar fugir ao desemprego.
- Pois. Não está fácil.
- Há que ter calma. Não podemos desatar todos a matar gente e a assaltar bancos, até porque não somos concorrência para os de leste.
- Yah. Vai um dia de cada vez.
- E quando tiver de ser, sempre podemos ir acampar para Belém e São Bento, com a protecção da Guarda Nacional Republicana e outras forças de segurança nacionais. Nem tudo está perdido.
- Pois não. Bem, volto ao trabalho.
- Ok. Também tenho de responder a uns quantos anúncios de emprego.
- Há alguma coisa de jeito?
- Claro que não. Só as empresas de telecomunicações a pedir pessoas para massacrar os incautos pelo telefone.
- Isso dá alguma coisa?
- Despesa, é o que dá. Aquela coisa dos objectivos, sabes? Números aliciantes, mas impossíveis. Pretextos para não pagar o trabalho de ninguém. Recrutam dezenas de pessoas todas as semanas.
- E a malta cai nisso?
- Que remédio. O desespero é péssimo conselheiro. Depois ainda é pior: acaba-se a massa para os transportes e a malta desiste. O passo seguinte é o centro de emprego. Mas como desististe do trabalho, não tens direito a nada.
- Incrível. E ninguém se queixa?
- Não vale a pena. No centro de emprego garantem que nas grandes companhias ninguém toca. O que deve ser verdade, porque continuam a operar no mesmo esquema. E são sempre as mesmas.
- Quais são as alternativas?
- Podes sempre embarcar numa de suplementos alimentares miraculosos, máquinas de filtrar água, aspiradores turbo, máquinas de café expresso, enciclopédias e outros esquemas de pirâmide que vão dar ao mesmo. Em qualquer dos casos, no desespero de cumprires objectivos, lixas todos os teus contactos pessoais. Até podes ter dinheiro para o café, mas ficas sem ninguém para o tomar contigo.
- Isto está mesmo lixado.
- Olha que ainda não. Vês algum governante a tomar medidas para isto?
- Não.
- Então? A malta ainda aguenta. Enquanto os bancos nos derem crédito com o dinheiro dos impostos que nos esmifram, ainda se aguenta.
- E depois?
- Jardins de São Bento. Ajuda connosco.