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terça-feira, 16 de abril de 2019

o sentido das coisas

"o sentido" by MMF
Isto podia ser um salmo: todas as coisas fazem sentido, mesmo que a minha lucidez não chegue senão para uns salpicos. E podemos ver sinais em tudo. Como por exemplo no incêndio da Notre-Dame. Numa segunda-feira regida pela Lua e pelo poder feminino, só pode ser para nos lembrar, neste mundo patriarcal, que nada é eterno, nem o menos efémero dos poderes.
Hoje, terça-feira, regida por Marte, masculino e guerreiro, esperemos que não haja para aí mais nenhum líder mundial a armar-se em garnizé e a armar mais um pé de vento para comprar mais iates e jactos que nunca poderá gozar sem a presença de cinturas de segurança. Por exemplo.
Amanhã, quarta-feira, regida por Mercúrio que é o homem das comunicações e do comércio, e também dos ladrões, esperemos que não haja mais desfalques bancários, porque não há economia doméstica que resista a tanta ladroagem.
Já na quinta-feira, rainha jupiteriana da boa sorte e bom dia para quem precisa de remendos médicos, deseja-se que não haja greve de enfermeiros, médicos e coisas que tais. Já repararam que a lotaria das quintas é a mais pobre? Nem a jogar nos entendemos.
Sexta-feira de Vénus é, claro, o dia dos prostíbulos ou do mercado de todas as luxúrias. Não percam, porque só voltam a ter outra oportunidade na semana seguinte. Não é um ritmo fantástico, mas deve-se talvez ao facto de os deuses entenderem que não é a quantidade que traz a felicidade...
Sábado é para descansar, à imagem e semelhança do Criador. Sensato depois das sextas-feiras heróicas e eróticas (assim queiram os deuses). E Domingo é o dia do Sol. O sacana do Adão deve ter aberto a pestana depois de ter caído na ratoeira da serpente (Eva, não te rales que a gente sabe quem leva sempre as culpas) e se ter escancarado num mundo hostil, nuzinho como numa dessas revistas para meninas curiosas.
Estão a ver o sentido das coisas?

quarta-feira, 23 de julho de 2014

haja quem vos ature

Kyoto - MARLIES MERK NAJAKA
Do ponto de vista da honestidade do observador, por que haveria ser mais estranho aceitar um país de língua espanhola (castelhana -  eu se fosse aos castelhanos aborrecia-me a sério) na cplp, na mesma semana em que um tipo que foi despedido do cargo de primeiro ministro se anuncia como candidato à presidência da república?
Quase tão natural como dizer que o País é pouco produtivo e está em crise e até precisou da ajuda da troika, quando toda a gente sabe perfeitamente que ninguém empresta dinheiro a ninguém se não houver hipóteses de pagar, e muito caro. (Otários...)
Que haverá de estranho em ter um país corrupto a injectar dinheiro num banco gerido por corruptos, com o beneplácito de outros corruptos? Absolutamente, nada, claro.
Ao menos os tipos do país do espanhol (castelhano) ainda podem afirmar que o português vem do espanhol (não do Galego) e que por isso estão em casa. Isso até é lógico, mesmo que de forma retorcida e pouco simpática. Mas os nacionalismos são assim, uma espécie de discriminação que desune como o raio, mas que toda a gente acha elegante defender.
Também ninguém estranha o abatimento de aviões e consequentes actos de pilhagem em plena Europa do século vinte e picos, o continente que desenhou a civilização tal como a conhecemos. Que há para estranhar quando uns rufiões decidem que vão fazer o que decidiram e já está? Toca a sentá-los todos à mesa com os que não se consideram rufiões e bebem e comem com eles e depois dizem que assim não pode ser, mas continuam sentados com eles à mesa. Diz-me com quem andas...
Agora também rezam todos para que a chapada de criar bicho acabe na terra dita santa e em nome de dois deuses que provavelmente são o mesmo e não tem nada que ver com aquilo. Qualquer pretexto é bom para fazer uma birra e causar sofrimento, digam os livros sagrados o que disserem, que só se lêem as partes que interessam num dado momento, e mesmo essas de questionável veracidade, visto que ninguém se põe de acordo nestas alturas e a verdade tem a simples qualidade de servir a todos do mesmo modo, ou não é de todo a verdade.
Pode concluir-se que muito se teima neste diz que disse que só serve o equívoco e os impulsos para considerar que a mentira ainda continua a ser um meio credível para alcançar a paz, mesmo que a mais elementar coerência nos grite que a verdade e a paz não podem vir de erros, tal como a laranja não pode vir de um rasteiro feijoeiro.
Haja quem vos ature!