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domingo, 17 de setembro de 2017

o silêncio dos descontentes

foto mmf
Há um silêncio estudado em relação às eleições autárquicas que estão à porta. É o que têm mantido os auto-denominados órgãos de comunicação social. E por estes entendam-se indústrias de entretenimento através das quais é impossível distinguir notícias verdadeiras de manipulações descaradas da realidade. 
Há um silêncio assustador que é o do Estado e o do poder em relação à aberração em que se tornou a comunicação social. Parece que ainda contam com ela para trazer a lume alguma revelação ponderosa, como se ainda acreditassem numa reviravolta do jogo, e que quem domina a indústria pudesse ainda escolher outro lado que não o do dinheiro e dos grandes negócios.
Há o silêncio amarfanhado e raivoso dos jornalistas forçados a praticar um ofício que em nada se parece com o prometido nos seus sonhos, nas escolas e na honra de qualquer profissão. E como se vingam, na primeira oportunidade, esses humilhados escribas do poder...
Há o silêncio dos pobres de espírito que saem de casa todos os dias apenas para, como antenas de uma só função, apanharem no ar partes do diz que disse e reproduzirem essas amálgamas de aleivosias em gostos e bonequinhos nas redes sociais.
Há o silêncio dos descontentes, que mesmo podendo votar ou protestar, se deixam manietar pelos seus medos e exibem a negação como se de um traço de grande carácter se tratasse. Não se manifestam  e, de preferência, sonham passar despercebidos, com a cabeça enterrada na areia, a sonhar com o milagre que um dia lhes vai acontecer e tornar a sua vida no grande sonho que escondem dentro de si. E que apenas eles conhecem, esquecendo-se de que os aplausos por tão grandes sonhos e sucessos só pode dar-se com a colaboração dos outros.
E há também o silêncio amordaçado de quem quer mudar alguma coisa no meio destes silêncios todos.
Há uma qualidade sombria neste silêncio que não é de ouro porque alguém acredita que o ouro não é para todos. Mas é.
O silêncio vale a pena quando é para fazer orelhas moucas às más intenções alheias e agir com o coração, com verdade e com honra. Quando se deita a mão às poucas armas disponíveis e se faz cm que elas contem. Em votos ou em qualquer outra intenção manifesta.
Tudo o resto é fingir que se anda vivo quando já se aceitou uma morte antecipada. 

quarta-feira, 26 de julho de 2017

a estação do veneno


Abriu a época da má criação, dos ataques, do veneno; e dos elogios cegos. Daqui até às eleições, cidadãos que na maioria das situações exibem um comportamento perfeitamente natural, invocam o que de mais primário existe e atacam violentamente qualquer um que não concorde com o seu líder de eleição.
Pior, os líderes fazem exactamente o mesmo, tornando pré-campanhas e campanhas eleitorais numa competição de insultos e mesquinhices que não acabam. Para ajudar à festa, os média competem na arte de transformar afirmações danosas, ou não, em matéria ainda mais baixa e indigna de atenção. 
Todos acreditam terem público para isso. E depois preocupam-se com os resultados da abstenção...
Quem, no seu prefeito juízo se engaja numa batalha tão sem sentido?

Se não se lembram, é bom salientar que as campanhas eleitorais são sobre as pessoas e o seu bem-estar. Sobre a forma de produzir mais e mais organização e justiça, cuidar de todos e dos seus interesses comuns, de amenizar e alegrar a vida como prioridade.
Mais, é sobre a escolha de pessoas que possam fazer isso mesmo, sem olhar para os cargos públicos como uma forma de enriquecimento pessoal e apenas isso.
É para que o território seja um espaço organizado, limpo e agradável para todos. Onde os erros são reconhecidos, estudados e emendados para que ninguém sofra desnecessariamente com as consequências.
São sobre o que torna a vidas das pessoas melhor e não sobre quem deita abaixo o maior número de adversários. Não são uma competição, mas um trabalho de propostas que todos devem examinar e colaborar para pôr em prática.

Será que há um alinhamento específico de astros ou de circunstâncias que tornem, da noite para o dia, pessoas absolutamente normais em abismos de anormalidade, má educação e irracionalidade? Que pesadelos nos assaltam nesta estação do veneno?

segunda-feira, 25 de maio de 2015

verão de alta temperatura

Freiria - 2015 (Foto: MMF)
Começou o tempo bom e não é preciso ser sábio nem bruxo para prever onde o termómetro vai subir este verão em Cascais. Com eleições à porta, os patrões municipais vão investir forte e feio nas actividades de feira e de alienação das massas, para que não se afobem os defensores de outros PDM e os que não se conformam com o mau caminho dado aos dinheiros públicos.
Porque é verão e ano de eleição, muitos serão os contemplados com trocas de votos por favores vários, promessas e outras diatribes em que já ninguém acredita. Mas a mira da recompensa imediata, contra a hipótese de recompensa nenhuma, é um ganho a muito curto prazo que serve perfeitamente os desesperados.
Música pimba e bebidas fermentadas são a primeira linha de infantaria contra a consciência do absurdo aumento das taxas municipais, a vista grossa às grandes empresas que dominam os bens essenciais a que todos temos direito, e afinal se tratam como bens de consumo de luxo, parquímetros nas praias do povo, enquanto os que os podem pagar frequentam as piscinas privadas, etc.
Estranho mundo este em que se tornou legal roubar desaforadamente o que a todos pertence, graças a um sistema eleitoral que há muito devia ter sido revisto para não permitir que umas dezenas de milhares governem impunemente a maioria, enquanto se desencoraja a participação, a literacia, a crença na justiça e a esperança.
Entretanto, um presidente de todos os portugueses promulga leis que favorecem as empresas de apenas um punhado deles (e de muitas multinacionais), e goza temporadas na residência de verão da Cidadela de Cascais, com absoluto desprezo pelas necessidades daqueles a quem jurou defender e proteger.
Outros propõem-se subtrair ainda mais às pensões dos poucos portugueses que sustentam três e quatro gerações de familiares desempregados, ou reduzidos a salários que nenhum organismo público fiscaliza como promotores de exploração, pobreza e novas formas de escravidão e sujeição, a pretexto de desequilíbrios gatunos promovidos pelos mesmos.
São estas figuras e funcionários por nós pagos que esperam, numa qualquer viagem mental alucinada, convencer os eleitores de que continuam a merecer os seus votos. Por quanto tempo, não se sabe, pois o verão ameaça ser de alta temperatura em muitos sectores.
Cascais, com a sua vocação de concelho modelo para o resto do País, não escapará certamente a estas conjunções de irresponsabilidade e negação dos prováveis resultados práticos desta bandoleirice política.
No fundo, todos os portugueses e cascalenses sabem que merecem mais, e que são mais do que a massa anónima e amedrontada que os seus pseudo-dirigentes acreditam que podem manobrar indefinidamente a seu belo prazer.
Todas as ditaduras são a termo certo e esta em nada difere de qualquer outra, em género ou resultados.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

o dinheiro e as eleições (ser em vez de ter)

o 
Imagem daqui
Acumular dinheiro tornou-se, na nossa sociedade, um símbolo de sucesso, de poder, de coisa meritória. Há gente diligente que desperta todos os dias com vontade de fazer coisas e põe isso em marcha com acções que produzem riqueza. Essas pessoas são ricas, não apenas em dinheiro, mas no total das suas vidas, que aproveitam para pôr em marcha de todas as formas que consideram úteis e válidas.
Outras pessoas confudem simplesmente o dinheiro com os seus anseios. Em vez de acumularem as coisas que provavelmente os fariam felizes, confundem o símbolo com a finalidade das suas vidas.
O único motivo pelo qual achamos que precisamos de dinheiro é para suprir o desejo que sentimos por coisas que nos podem causar satisfacção e felicidade.
Quando os políticos e outras figuras destacadas da sociedade falam em dinheiro e riqueza estão a referir-se directamente às nossas possibilidades e capacidades para sermos ou não felizes. Usam o símbolo para nos aliciar ou assustar em relação à forma como sentimos a vida. Agradável se tivermos dinheiro, horrível se não for esse o caso.
A geração de riqueza que tantos discursos apregoam não é a multiplicação dos euros ou dos dólares, fracos substitutos das nossas emoções e da nossa vontade de sermos felizes. E são fracos não porque sejam maus, pois são apenas um símbolo neutro, a que nós atribuímos uma boa ou má conotação, conforme o nosso discernimento em determinado momento.
O discurso da riqueza que actualmente se faz é para convencer toda a gente que alimentar um sistema baseado na multiplicação do dinheiro é o grande sentido da vida. Que sem isso tudo o resto desaparece. E, na verdade, se de repente todo o dinheiro desaparecesse, ninguém sucumbiria e, provavelmente, outro símbolo surgiria, ou seria criado, para medir o valor das coisas e das trocas entre as pessoas.
Acontece que as pessoas se sentem cansadas de estar sempre a ser medidas por um símbolo sobre o qual não têm controlo. Que um pequeno grupo monopoliza e manipula para manter toda a gente miserável e na expectativa da felicidade.
O que está mal na política e nos seus representantes é o constante adiar da vida para um futuro que poderá ser melhor se todas as irracionais exigências monetárias forem cumpridas, quando a felicidade está em viver hoje de acordo com o que todos temos e que o dinheiro nunca poderá comprar: a vida e a muito mais terrena capacidade para a gozar agora, com tudo o que ela nos oferece.
Muitos são os candidatos que se apregoam da mudança e contra o actual estado da Nação, da Europa e da crise mundial. O certo é que, até agora, todos eles falam na riqueza que é preciso gerar em tempo de crise, perpetuando os medos e as promessas com muitas palavras que até parecem novas e de esperança. Mas nenhum consegue chamar os bois pelos nomes e propor uma verdadeira mudança.
A única que até agora apresentou uma alternativa concreta é a candidatura de Isabel Magalhães e do movimento por ela criado, o Ser Cascais. Com frequência, refere o Ser em vez do Ter, verbalizando com muita simplicidade o que todos queremos: ser considerados para lá do símbolo do dinheiro e dos seus jogos, recuperados no valor que todos carregamos, sem excepções.
Uma única voz diz o que é necessário para mudar de facto e arranjarmos um novo e satisfatório símbolo para os nossos desejos e para a nossa felicidade. E isso só se consegue ouvindo com atenção Isabel Magalhães e a sua simples proposta: sejamos!
O movimento Ser Cascais não tem dinheiro e não propõe esse símbolo como meta para atingir a felicidade dos cidadãos. Propõe o acesso directo a ela e ao sucesso, independentemente do estado da Nação e da sua adesão negativa a um símbolo que já todos identificam como um negro carrasco sobre as cabeças das pessoas em todo o mundo.
Seria de esperar que uma proposta tão assertiva fosse, no mínimo, replicada pelos outros intérpretes da política. Para o que seria preciso que entendessem a sua própria escravidão ao símbolo e ao significado que lhe atribuem. Mas isso não acontece, porque são pessoas que não se levantam todos os dias com gratidão por estarem vivas e com entusiasmo por cada momento em que são, em que existem. São pessoas que sentem o jugo e a pressão, não tendo muito mais consciência do embuste em que incorrem do que os demais cidadãos.
No caso de Isabel Magalhães, o Ser em vez do Ter, e da sujeição implícita, basta para justificar a enorme fé que tem na vida e nas capacidades de cada indivíduo. O seu trabalho não é político no sentido convencional e degradado do termo. É o de apontar um caminho e exibir os seus bons resultados pessoais como exemplo de que uma atitude diferente compensa e recompensa.
É uma mudança de consciência que já está à nossa frente. Não chega avisar os políticos que as pessoas já estão conscientes dos seus jogos e dos seus logros. Impõe-se mudarmos a nossa atitude e gozar os frutos dessa mudança, de Ser em vez de Ter. 
A diferença está em ser de imediato como se deseja ou procurar ter qualquer coisa que só pode ser um fraco símbolo ou substituto do que realmente queremos.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

propaganda e justiça nas autarquias

(Ilustração daqui)

Quando surge oposição, a primeira coisa que os regimes totalitaristas fazem é criar mais uma dezena de núcleos de opositores, só para confundir o povo. É o que parece estar a acontecer agora em Cascais.
A seguir ao lançamento da primeira candidatura e do respectivo movimento, ainda o ano passado, o importante foi lançar mais movimentos aliados às candidaturas, ainda que um candidato apoiado por um dos partidos da situação não possa ser considerado um movimento senão em termos de propaganda.
Também para evitar originalidades, todas as candidaturas optaram por incluir o nome de Cascais na sua propaganda e, depois do Ser Cascais, apareceram o Viva Cascais, Liderar Cascais, Cascais para todos e Todos por Cascais. Assim, não há dúvida que os cidadãos poderão distinguir inequivocamente o movimento que mais lhes enche as medidas.
Os socialistas, que este ano apresentam como líder um homem de direita e com muitos antagonistas óbvios no concelho, optaram por o apresentar quase com honras de estadista, numa cerimónia apadrinhada pelo líder do partido que, por mero acaso, está casado com uma funcionária da associação de farmácias que o candidato dirigiu durante décadas, e um general e ex-presidente que, se até agora ainda gozava de uma fama de razoável honestidade, já a perdeu num qualquer jogo de interesses que o levou a aceitar a tarefa de mandatar a campanha de um lobo em pele de cordeiro.
A CDU, que nunca teve em Cascais um berço natural para as suas lutas de classe, muito embora tivessem saído das casas das tias e dos tios da linha muitos dos membros do partido comunista, que também escolheram o concelho para viver, reclama com naturalidade a terra a si e a todos. Com alguma coerência, apesar de tudo.
Outros, mais indecisos, bateram com a porta nos respectivos partidos de direita, engrossaram as fileiras dos independentes, arrependeram-se e lançam agora o Todos por Cascais e seja o que Deus quiser. Amén.
Os bloquistas, que manobraram aqui e ali para se aliarem a alguns independentes, ainda não enterraram o seu estandarte em nenhuma colina local, pairando ainda a dúvida sobre as suas pretensões a concorrer à autarquia isoladamente. A ver vamos com que linhas se cozem até ao anúncio da data das eleições e apresentação das candidaturas.
A coligação PSD/PP, a tentar fugir à péssima imagem criada por este governo, investiu num Viva Cascais populista e demagógico, de campanha inteiramente paga à custa dos contribuintes, cascalenses e não só, sem que nada nem ninguém se lhes oponha. Sem que voz alguma ou estranheza se manifeste. Será que acreditam mesmo que os votos vão continuar a beneficiar o poder e, portanto, mais vale não atrair as más intenções dos poderosos? Seja como for, custa ver os dinheiros públicos gastos em campanha e não em benefício da população e da sua qualidade de vida, como em qualquer república bananeira com vocação para alojar paraísos fiscais.
Confusão assente, a verdade é só uma: os portugueses não gostam dos partidos, por isso este travestimento em movimentos que até podem induzir honestos votantes a pôr a cruzinha nos responsáveis pelo descalabro que se instalou a seguir ao 25 de Abril. Porque a verdade é que, afastadas as grandes famílias no poder durante o regime salazarista, foram os seus primos direitos e tortos que organizaram as novas forças políticas e concertaram o novo regime de exploração popular.
Tão bem o fizeram, que os verdadeiros candidatos independentes têm de gastar do seu dinheiro até ao anúncio da data das eleições pela CNE para se constituírem como uma candidatura e poderem então apresentar contas (sem retroactivos nem reembolsos) do investimento que fizeram para representar os outros cidadãos. E de todas as candidaturas actuais para Cascais, apenas uma (Isabel Magalhães/SerCascais), paga do seu bolso e de nenhuma máquina partidária as suas contas, por sua conta e risco.
Como a justiça é um conceito difícil de abranger, esses mesmos independentes pagam tudo com IVA a 23%, de que os partidos estão isentos nas suas despesas de campanha. Depois dos votos, todos os candidatos repartem os 25% igualmente e os restantes 75% da subvenção estatal para este fim são distribuídos na proporção dos resultados eleitorais obtidos para a assembleia municipal. Atenção, portanto, aos votos brancos que depositam nas urnas e que contam para o indevido proveito dos partidos.
Em 2009 a abstenção no concelho de Cascais foi de 55,93%, ou seja, em 160.300 eleitores inscritos, menos de metade deixou o dinheiro dos seus impostos e o seu destino entregue a pessoas que obtiveram apenas 37.456 votos (CDS/PP), 18.835 (PS), 6.498 (PCP/PEV), 4,426 (BE), 493 (PPM), 310 (PCTP/MRPP), 286 (PNR).
Em abono da verdade, se o mesmo número de pessoas que se manifestou nos últimos protestos contra a situação sair da cadeira para ir votar em Cascais, as probabilidades de mudar alguma coisa são excelentes, apesar da campanha maciça de desinformação e de dispersão dos média, que se concentra em aterrorizar os cidadãos para que não percebam que são roubados por pessoas a quem pagam para gerir o seu dinheiro em forma de serviços públicos de que são beneficiários e nunca devedores.