Mostrar mensagens com a etiqueta o problema das saias. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta o problema das saias. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

o problema das saias

"saias" by MMF - 2019
Nunca gostei de usar saias e isso tem um bom par de razões. A primeira delas é que, só de olhar para os estampados que eram a proposta dos anos sessenta para as meninas, o pânico era praticamente garantido. Lembro-me em especial de umas bolas coloridas, enormes, que se sobrepunham, em diferentes dimensões, sobre um fundo branco e ainda hoje me assalta um calafrio. Era uma questão de gosto para a qual não era vista nem achada naquela idade em que quase tudo se decidia sem qualquer tipo de consideração pelos meus interesses. Adiante.
A segunda razão pela qual a minha aversão a saias se manifestava com grande intensidade era a óbvia situação de fragilidade em que me colocavam. As meninas usavam saias, o que parecia ser um convite natural para a manifestação de todos os tipos de indignidades pelos rapazes. Eram peças de vestuário que pareciam despertar neles selvajarias que não se lembravam de pôr em prática quando usava calções como eles.
Foi fácil constatar, pela vida fora, que o padrão não só se mantinha, como se agravava. Além das investidas hormonais descontroladas do outro sexo e que algumas mulheres replicam com igual convicção, as saias eram motivo para deixar de caminhar normalmente, não correr, não afastar as pernas, sentar de forma a que não mostrassem nada de mais, etc.
O que me levou a concluir que esse tipo de vestuário é uma espécie de condenação em vida. Um castigo que não vale a pena fomentar, porque disso já se usufrui de sobra e não se verifica a necessidade de para tal contribuir voluntariamente.
As saias tornam as pessoas frágeis e sujeitas aos caprichos de quem adora aproveitar-se de fraquezas para demonstrar a sua precária superioridade. E o que mais surpreende é ouvir a defesa que dessas peças de vestuário fazem os homens quando garantem a feminilidade, a elegância e outros atributos femininos associados, que tanto os encantam.
Atributos esses que viram vulgares motivos e símbolos de provocação sexual quando não servem apenas os seus impulsos mais básicos.
O que há para gostar quando as saias, mesmo concebidas para enaltecer a beleza, não passam de marcas como as estrelas ou os triângulos que segregavam os judeus e os homossexuais durante o Holocausto?