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domingo, 15 de abril de 2018

uma questão de lógica


Por uma questão de lógica, se condenamos ataques e bombardeamentos, que sentido faz atacar ou bombardear quem faz o mesmo? Só se for o de abdicar do que achamos certo para descer de nível num jogo que, à partida, não se quer jogar.
Que sentido faz, na mesma linha lógica, condenar à morte quem mata? Ou ser a favor da pena de morte e depois condenar o aborto como um assassínio? 
Olho por olho e dente por dente é uma resposta de quem está acossado, de que não vê alternativas. No entanto, há sempre outra forma de ver as coisas e não é perpetuando uma cadeia de agressões que se vai à origem dos problemas para mudar o padrão, ou paradigma, que nos aprisiona numa realidade que não se quer viver.
Tomar partido também não resolve um conflito. Apenas adiciona mais peso a um dos pratos da balança, sem diluir o que divide, sem conduzir uma outra direcção.
Estaremos condenados a debatermo-nos ciclicamente com estes impulsos irracionais, em vez de reconhecer o medo pelo seu real valor, ou falta dele?

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

furacões e conspirações

foto daqui
Furacões e conspirações rimam. E rimas são padrões. Com os padrões aprendemos coisas interessantes, porque nunca estão lá por acaso.
Assim, podemos pegar no Irma e na explicação que o cientista Michio Kaku tentou dar sobre a possibilidade de se alterar as condições climatéricas com a ajuda da tecnologia.
O tempo em televisão não prima pelo rigor científico, como se comprova diariamente. Com uma ajudinha das redes sociais, as mensagens que sobrevivem não têm geralmente nada que ver com nada lógico ou irracional.
Uma entrevista que se pretendia esclarecedora virou, instantaneamente, uma 'prova' de que o Irma e os seus congéneres José e Katia tinham mão humana. E está lançada mais uma teoria da conspiração.
Aqui há uns séculos as tempestades e outras grandes comoções naturais provinham da fúria divina e de algum pecado mortal. Actualmente, a sua fonte é uma qualquer conspiração de ricos e poderosos, envolvendo, no mínimo, muita culpa. Não se vê aqui um padrão?
Para manter a desejada humildade, não descartaremos o poder do divino ou dos conspiradores, não vá o céu cair-nos sobre a cabeça sem outra explicação que a de um não entendido, mas mesmo assim merecido, castigo.
Convenhamos, no entanto, que a reacção perante as explosões divinas e as das conspirações são tremendamente semelhantes, indicando sempre que o grande mal é sempre de natureza exterior à nossa responsabilidade individual. Há ou não há aqui um padrão?
Outro padrão consistente é a nossa falta de juízo e de compreensão da Terra e da Humanidade como um ecossistema altamente sofisticado e intrincado, muito implica com estas 'disfunções' naturais. 
No fundo, não faz diferença que sejam fúrias divinas, homenzinhos de negro ou o comum dos mortais que atira lixo para o mar. Tudo o que fazemos tem consequências e a nossa negligência individual pode muito bem ser o suficiente para criar um furacão. Ou deixar que tome forma tangível uma conspiração.
Não nos preocupamos o bastante, não nos responsabilizamos o suficiente. E temos o mesmo descuido com o ecossistema que sustenta a nossa vida que usamos no dia-a-dia. Varremos o lixo para debaixo do tapete quando permitimos que se façam, todos os dias, coisas que sabemos estarem erradas, quando fazemos o que não gostamos, quando permitimos que nos faltem ao respeito, quando não votamos porque achamos que não vale a pena.
Descuidos atrás de descuidos. Causas mais do que suficientes para grandes desastres. Não vêem aqui também um padrão? E não é que rima igualmente com furacão e conspiração?
Quem diria que um bocadinho de gramática tem tanto que ver com a forma como tudo funciona?