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quinta-feira, 30 de julho de 2015

não é fácil, nem está certo

Cycle of Greed - by Anthony Rosbottom
Não é fácil. Não é mesmo nada fácil despertar logo pela adolescência para um apetite incontrolável pela fama, pelo dinheiro e pelo poder. Os excessos hormonais não são bons conselheiros, nem equipam as pessoas para fazer o penoso caminho de se juntarem a um partido político e passarem por todas as humilhações inerentes durante o melhor tempo das suas vidas, fazendo todo o tipo de trabalhos básicos, que mais ninguém quer fazer, só porque se é o último a chegar.
Estar presente para não perder o lugar, dia após dia, a aguentar longas horas com o único fito de subir na vida, esquecendo o que ela realmente é. Aturar intermináveis reuniões, congressos, campanhas e iniciativas, a ouvir sempre as promessas de quem não tem a mínima intenção de as cumprir, viver na sombra das mentiras dos outros, a dizer yes, yes, yes e a mostrar uma admiração e uma fé inexistentes. Tudo na mira de um futuro de lucros.
Assistir de camarote a todas as combinações trapaceiristas, colaborar na elaboração de embustes e rasteiras, aprender como extrair o pior dos outros para benefício próprio. Não pode ser bom, não pode favorecer um crescimento feliz e saudável, numa altura da vida em que o carácter pessoal está exposto e capaz de beber todas as influências.
Acabar como porteiro de um ministério, ou a zelar pelas mais intrincadas burocracias, códigos, regras e consequências, numa qualquer assessoria até alguém pôr um pé em falso, para então subir um degrau mais na penosa carreira política. Estar constantemente a convencer os outros de que a submissão canina e a falta de princípios conferem o direito a um ordenado e a uma posição nas listas.
Não é fácil a reles vida de um político em ascensão. Pelo contrário. É um aprendizado do medo, do poder apenas como abuso sobre os outros ou humilhação e perda. Para ganharem, os políticos acreditam que todos os outros têm de perder. E que têm de ganhar sempre mais e mais, porque o contrário é forçosamente perder.
Por isso, por que se indignam as pessoas que neles votam e depois os insultam nas redes sociais? Como podem acreditar que seres humanos, moldados nesses termos de abuso e de violência psicológica, podem ser governantes diferentes e demonstrar bom fundo, justiça, caridade e capacidade de gerir os bens públicos com as práticas anti-democráticas mais bem consolidadas nas suas mentes, nas suas vontades e na memória de cada célula dos seus corpos?
Não é possível que essas pessoas se tornem, de repente, credíveis e merecedoras de um único voto. Votaríamos nós em cães treinados para nos atacar e para nunca obedecer à nossa voz de comando?
Também não é humano condená-los depois de termos atado firmemente uma venda e votado numa lista com os seus nomes, ou deixado de votar num sistema para agora o acusar de não funcionar. A responsabilidade é de cada um de nós.
Como também somos responsáveis por permitir que esses pobres diabos sejam formados em grupos que funcionam como seitas, bandos de junkies e associações criminosas. Se fossem os nossos filhos, irmãos, amigos, não faríamos de tudo para evitar a sua perda e ruína? 
Votar neles é mantê-los em casa sem trancar as portas e esperar que tenham a força suficiente para não esvaziar os porta-moedas e levar o televisor da sala para trocar por uma nova dose.
Como alcoólicos, drogados e outras vítimas de adições várias, essas pessoas têm de ser encaminhadas para uma reabilitação. E a Procuradoria da República devia investigar a actividade de todas as associações criminosas que produziram a sua falta de carácter e dependência.
Isso sim, é o que devia fazer-se, em vez de entregar o destino das riquezas do País, a produção de leis e o policiamento a essas pessoas de diminuída capacidade para praticar o bem para si e para os outros.



  

sábado, 27 de junho de 2015

os meninos grandes que não partilham o recreio



O problema dos Portugueses e dos outros países é a pequena distorção do conceito de democracia que foi introduzida na prática política de quem se faz eleger pelos outros. Não é necessário ter uma maioria absoluta para governar, visto que isso diz respeito às ditaduras e não às democracias.
Em algum ponto da sua luta pelo poder, os agentes políticos esqueceram-se do que estão a fazer e do que representam. Usando a capa da democracia, instalaram a ditadura dos grandes partidos e querem mantê-la exigindo maiorias para não terem de negociar as melhores soluções para todos. Com a maioria, impõem as suas soluções e está tudo bem.
Ora, se as pessoas elegem representantes de três grandes partidos e ainda mais alguns de mais meia dúzia, todos eles deviam estar presentes na Assembleia da República, no Governo e nas Autarquias. Todos eles deviam participar das decisões e soluções, para que de facto se respeitasse a totalidade dos votos vertidos em urnas.
Dessa forma não se verificaria a ditadura dos grandes e dos seus interesses e todos seriam obrigados a considerar todas as soluções e a encontrar a melhor moldura para todos os portugueses e não apenas daqueles que conseguem ver-se representados nos órgãos de governação.
Isso não acontece e o resultado é a pior das soluções para todos, incluindo os ricos e poderosos beneficiados com as suas alianças temporárias com os partidos poderosos. O sistema favorece desta forma as iniquidades e a corrupção, assim como as perseguições políticas e policiais dos heróis e vilões, assim que a liderança muda.
O problema do senhor António Costa, assim como do senhor Passos Coelho, do senhor Paulo Portas e outros senhores, que há muito tempo deixaram de crer na democracia e apenas viram nela um trampolim para as suas ambições pessoais, é apenas a enorme falta de respeito que têm pelo princípio da igualdade entre todos os seres humanos e a sua incapacidade pessoal de encontrarem soluções em conjunto com os líderes de outras ideias para a governação.
Os seus preconceitos sobre quem deve governar o País são moldados pelo seu receio constante de perder o poder a que nunca tiveram direito, por ter sido obtido pela mentira de que acreditam nos ideais democráticos. Mas, no fundo, nenhum deles suporta sequer a ideia de negociar com outros que lhes possam roubar o protagonismo e o poder que amealharam de forma ditatorial, aos empurrões a quem não usa as mesmas armas, nem quer impor-se pela força.
Os seus projectos de governação, não são, por isso mesmo, aceitáveis nem viáveis. Continuarão a servir apenas os seus interesses e não os dos governados. A melhor solução é a que a todos serve e isso não é o que querem, pois nos seus projectos há sempre quem ganhe e quem perca. O investimento em todos é uma porção vazia na cabeça e nas intenções deste tipo de políticos.
O problema é que os movimentos que se assumem como alternativa também sofrem da mesma privação, de tão moldados ainda aos usos e hábitos partidários. Não produzem soluções aceitáveis porque a sua preocupação é derrubar o poder e, isso conseguido, ficam com o poder no mesmo figurino existente. Tudo o que sabem é o que não querem e não preconizam o que rela mente deve ser feito.
Se as pessoas votam em cinco partidos, esses mesmos cinco devem integrar todos os órgãos de governação, participar e assim validar o acto eleitoral e a vontade das pessoas que através dele expressam a sua vontade. Se dezoito são votados, então são dezoito, ou dezassete, se um deles tem apenas o voto do vizinho do lado, a governar e a colaborar para soluções que a todos abranjam e beneficiem.
Essa é a democracia desejada e não há ninguém que não se sinta frustrado e desesperançado depois de participar num acto eleitoral, verificando que o seu investimento político vai ser desprezado e, se possível, perseguido e aniquilado, apenas porque não é suficientemente forte. 
Que raio de estado de direito permite que estas pessoas vivam em terror após as eleições e que os seus direitos passem a valer menos que os dos outros por causa disso? Que lei valida este tipo de abuso durante quatro anos e permite que se instale uma caça às bruxas durante esse período? Nenhum e nenhuma que de facto defenda o interesse dos cidadãos, independentemente da raça. do sexo, da religião e, certamente, das suas convicções políticas...
A única solução que uma crise exige é a que serve todas as pessoas e elaborada por todos os seus representantes. Porque a crise é um conflito tremendamente mal avaliado, sobretudo se os instrumentos que a provocaram são os mesmos que se voltam a utilizar para tentar encontrar a solução. Isso faz sentido? Então porque não mudam o que realmente interessa? 
Quando estamos a falar de serviço público não estamos a falar dos meninos maiores que empurram os mais pequeninos no recreio. Estamos justamente a falar de evitar que os meninos grandes fiquem com recreio e as brincadeiras só para eles, que é o que acontece com os políticos actuais, que vestiram a farda mas passam o dia a fugir das suas obrigações, de tão ocupados que estão em garantir e exercer o seu poder, em vez de praticarem a democracia.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

efeito aleluia

"Alleluia effect" - Guincho, Cascais (foto: MMFerreira)
Cascais acordou hoje no meio de mais uma encenação política para as eleições de domingo: um panfleto de oito páginas, mimetizando as cores e o estilo da coligação que preside a autarquia, utilizado para acusar o executivo em funções.
Introduzindo links e assuntos trazidos a lume pelos independentes, não é difícil pôr o concelho a pensar que a iniciativa é do movimento de cidadania que Isabel Magalhães lidera.
Analisadas as minúcias associadas, e atendendo a que o movimento citado não tem os euros necessários para espalhar maciçamente um panfleto com aquela qualidade por todo o território da autarquia, fica claro que a iniciativa só pode ter brotado de outros, nomeadamente com capacidade económica e maior tradição panfletária, como é o caso de outros dois portentosos adversários do movimento de cidadãos e também do edil local.
Ainda ontem, citando sem inocência o exemplo de Cascais, um professor defendia no jornal Público, a tese de que uma democracia sem partidos é uma ditadura, deitando para isso mão a argumentos que datam do século XIX e dos seus eméritos pensadores. Como se não tivessem passado duzentos anos entretanto, como se outros pensadores não tivessem surgido nesse espaço de tempo e, pior ainda, como se não fosse evidente que as democracias viram ditaduras de cada vez que um partido colhe a maioria dos votos.
Acontece que o desinteresse pelas acções anónimas e ataques espúrios em tempo de campanha faz parte da forma de estar dos cidadãos a quem importa uma convivência social e política saudável.
É o efeito aleluia que procuramos quando escolhemos um movimento como o SerCascais para corrigir o nosso rumo em direcção ao futuro. Não a descida às catacumbas em que os partidos gostam tanto de manter os cidadãos para os afastar de uma vivência plena dos seus direitos.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

propaganda e justiça nas autarquias

(Ilustração daqui)

Quando surge oposição, a primeira coisa que os regimes totalitaristas fazem é criar mais uma dezena de núcleos de opositores, só para confundir o povo. É o que parece estar a acontecer agora em Cascais.
A seguir ao lançamento da primeira candidatura e do respectivo movimento, ainda o ano passado, o importante foi lançar mais movimentos aliados às candidaturas, ainda que um candidato apoiado por um dos partidos da situação não possa ser considerado um movimento senão em termos de propaganda.
Também para evitar originalidades, todas as candidaturas optaram por incluir o nome de Cascais na sua propaganda e, depois do Ser Cascais, apareceram o Viva Cascais, Liderar Cascais, Cascais para todos e Todos por Cascais. Assim, não há dúvida que os cidadãos poderão distinguir inequivocamente o movimento que mais lhes enche as medidas.
Os socialistas, que este ano apresentam como líder um homem de direita e com muitos antagonistas óbvios no concelho, optaram por o apresentar quase com honras de estadista, numa cerimónia apadrinhada pelo líder do partido que, por mero acaso, está casado com uma funcionária da associação de farmácias que o candidato dirigiu durante décadas, e um general e ex-presidente que, se até agora ainda gozava de uma fama de razoável honestidade, já a perdeu num qualquer jogo de interesses que o levou a aceitar a tarefa de mandatar a campanha de um lobo em pele de cordeiro.
A CDU, que nunca teve em Cascais um berço natural para as suas lutas de classe, muito embora tivessem saído das casas das tias e dos tios da linha muitos dos membros do partido comunista, que também escolheram o concelho para viver, reclama com naturalidade a terra a si e a todos. Com alguma coerência, apesar de tudo.
Outros, mais indecisos, bateram com a porta nos respectivos partidos de direita, engrossaram as fileiras dos independentes, arrependeram-se e lançam agora o Todos por Cascais e seja o que Deus quiser. Amén.
Os bloquistas, que manobraram aqui e ali para se aliarem a alguns independentes, ainda não enterraram o seu estandarte em nenhuma colina local, pairando ainda a dúvida sobre as suas pretensões a concorrer à autarquia isoladamente. A ver vamos com que linhas se cozem até ao anúncio da data das eleições e apresentação das candidaturas.
A coligação PSD/PP, a tentar fugir à péssima imagem criada por este governo, investiu num Viva Cascais populista e demagógico, de campanha inteiramente paga à custa dos contribuintes, cascalenses e não só, sem que nada nem ninguém se lhes oponha. Sem que voz alguma ou estranheza se manifeste. Será que acreditam mesmo que os votos vão continuar a beneficiar o poder e, portanto, mais vale não atrair as más intenções dos poderosos? Seja como for, custa ver os dinheiros públicos gastos em campanha e não em benefício da população e da sua qualidade de vida, como em qualquer república bananeira com vocação para alojar paraísos fiscais.
Confusão assente, a verdade é só uma: os portugueses não gostam dos partidos, por isso este travestimento em movimentos que até podem induzir honestos votantes a pôr a cruzinha nos responsáveis pelo descalabro que se instalou a seguir ao 25 de Abril. Porque a verdade é que, afastadas as grandes famílias no poder durante o regime salazarista, foram os seus primos direitos e tortos que organizaram as novas forças políticas e concertaram o novo regime de exploração popular.
Tão bem o fizeram, que os verdadeiros candidatos independentes têm de gastar do seu dinheiro até ao anúncio da data das eleições pela CNE para se constituírem como uma candidatura e poderem então apresentar contas (sem retroactivos nem reembolsos) do investimento que fizeram para representar os outros cidadãos. E de todas as candidaturas actuais para Cascais, apenas uma (Isabel Magalhães/SerCascais), paga do seu bolso e de nenhuma máquina partidária as suas contas, por sua conta e risco.
Como a justiça é um conceito difícil de abranger, esses mesmos independentes pagam tudo com IVA a 23%, de que os partidos estão isentos nas suas despesas de campanha. Depois dos votos, todos os candidatos repartem os 25% igualmente e os restantes 75% da subvenção estatal para este fim são distribuídos na proporção dos resultados eleitorais obtidos para a assembleia municipal. Atenção, portanto, aos votos brancos que depositam nas urnas e que contam para o indevido proveito dos partidos.
Em 2009 a abstenção no concelho de Cascais foi de 55,93%, ou seja, em 160.300 eleitores inscritos, menos de metade deixou o dinheiro dos seus impostos e o seu destino entregue a pessoas que obtiveram apenas 37.456 votos (CDS/PP), 18.835 (PS), 6.498 (PCP/PEV), 4,426 (BE), 493 (PPM), 310 (PCTP/MRPP), 286 (PNR).
Em abono da verdade, se o mesmo número de pessoas que se manifestou nos últimos protestos contra a situação sair da cadeira para ir votar em Cascais, as probabilidades de mudar alguma coisa são excelentes, apesar da campanha maciça de desinformação e de dispersão dos média, que se concentra em aterrorizar os cidadãos para que não percebam que são roubados por pessoas a quem pagam para gerir o seu dinheiro em forma de serviços públicos de que são beneficiários e nunca devedores.