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segunda-feira, 3 de maio de 2010

atirar a democracia contra si própria


Parecendo até uma medida extremista, esta de tentar a proibição do uso da burka em toda a Europa, por atentar contra os direitos de indivíduos de outros credos que não os cristãos, merece no entanto alguma ponderação.
É que a Europa, com os seus não muito antigos direitos e liberdades adquiridos, já está a braços com algumas das consequências do reconhecimento desses mesmos direitos. Na maioria dos países com uma larga imigração oriunda de países islâmicos, por exemplo, as liberdades e direitos dos cidadãos permitem que os estrangeiros se estabeleçam e se integrem, fazendo mesmo parte dos órgãos locais de governo e decisão.
O que começa então a acontecer? A influência dessas comunidades começa a exercer-se no sentido de restringir certos direitos e liberdades dos indivíduos e é claro que as mulheres e os seus ainda frágeis direitos são as primeiras atingidas.
Ou seja, as liberdades servem para alguns indivíduos limitarem essas mesmas liberdades, visto que o peso das comunidades estrangeiras a nível de governo local ameaça desequilibrar o fiel da balança.
A tentativa da proibição do uso da burka é apenas a ponta do icebergue. Há muito mais do que parece por detrás de um simples véu. E não são apenas os véus muçulmanos que tentam abanar o edifício dos direitos e liberdades. Há muitos outros grupos religiosos, cristãos e nem por isso, que estão muito activos e que também usam com exímia as leis dos países europeus em seu proveito.
Há muito tempo que os líderes religiosos exploram a fraqueza do exercício democrático, virando-o contra si próprio. E se as democracias resolverem fincar o pé e legislar contra determinados direitos fundamentais por causa dos abusos, incorrem no risco de abrir precedentes para outras restrições.
Ora, o que eu gostava era de ver um homem de leis chegar-se à frente e explicar que o universo do direito também está a evoluir e que é possível encontrar sistemas que sirvam a liberdade sem ferir o que é fundamental para o indivíduo.
E talvez, por arrasto, se tenha a sorte de conseguir que um punhado de jornalistas desista de fazer manchetes com lugares comuns e encha os títulos dos noticiários de frases bem formuladas, que além de bons títulos e boa propaganda, sirvam para levantar e debater as verdadeiras questões.



quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Podemos ter calma?



Assim só a modos de apanhado: a igreja cientologista cria uniformes para os seus fiéis usando como modelo o estilo de Tom Cruise e Kate Holmes (link). Que excitação!
Na mesma onda: o assédio das religiões a tudo e a todos. Além do monopólio de Deus, pastores e imãs acham intolerável ter gente sem crença a viver no mesmo bairro, na mesma cidade, no mesmo país ou no mesmo planeta.
É assim como descobrir que o ioga (leia iÔga, senhor descrente!) é a insuspeitada cura para todas as maleitas.
Ah... Afinal o mundo é muita simples e nós e que teimamos em o complicar.
Por exemplo, a minha complicação passa por não me apetecer ser assediada por coisa nenhuma. Por preguiça de assediar seja quem for, seja para o que for. Mea culpa, sim. Não sou exemplo para ninguém e também não me sinto bem no papel de role model.
Haverá forma de me deixarem estar em paz e sossego com os meus ciclos viciosos mentais e existenciais? Posso não ter de os confessar nem em igrejas, nem em consultórios?
Safa... Isto de nos estarem sempre a tentar impôr qualquer modita é cansativo.
É como a obscena proactividade, que nos obriga a manter um desnecessário stress em qualquer trabalho, sob pena de nos desconsiderarem como inadequados para uma qualquer equipa que só lá está porque agora também é moda transformar tudo em equipa.
O stress mata e a envangelização também já provou ser mais do que perigosa ao longo de todas as épocas. Podemos ter calma?