sábado, 16 de abril de 2011

a mão do caos e da ordem

Foto MMFerreira
 Os artistas não nascem para ser bem educados, portar-se bem ou ser politicamente correctos. Não há nada de verdadeiro num artista que não gere à sua volta o caos para depois reconstruir o universo segundo a sua visão. A ordem só nasce depois de uma profunda transformação, de uma recusa radical em se trilhar caminhos já conhecidos. Para que serviriam os artistas se, conformadamente, se entretivessem apenas a juntar cores e formas bonitas, só para agradar e sem preocupação de inovar?
Nascer com algo dentro que lhes permite ver além do óbvio, que lhes revolta as entranhas e dói de uma forma que jamais lhes consente dizer apenas amen, e ser um veículo de uma qualquer força que os obriga a derrubar tudo, usando se necessário o próprio corpo, é um dom ou uma maldição impossível de domar e de manter paredes meias com as convenções.
Qual é a utilidade de um artista que aceita vergar-se à ordenada realidade alheia em vez de, honrando o seu destino, romper o chão como uma lâmina gigante, rasgando tudo à sua passagem? Pois se é exactamente aí que está a justificação da sua existência...

Sem comentários: