Escrito assim, como não querendo que mais ninguém leia, uma mensagem riscada por desconhecidos, cifrada na intenção e no destinatário.
Um dia passamos e já não está, dissolvida por jactos de limpeza, mudanças de dono e outros projectos.
O efémero também é um sinal, um discurso inteiro que não precisa de ficar escrito. Não há sinal gráfico para ele. Basta a sugestão e parece que faz da atenção refém, com uma ameaça que, de não expressa, ainda nos parece mais violenta.
E há o verde esbatido dos azulejos, gasto como as memórias, a pedra manchada, o polimento do corrimão tocado por inúmeras mãos.
Ali, ao sol, a janela rabiscada tem um molho de histórias, promessas que nunca saberemos resolver.