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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

terras planas


Há pessoas, por quem tenho grande amor, que me consideram muito, muito ignorante. Que me chamam várias vezes assim porque não sei que a terra não é redonda, por exemplo. Tenho de ter a humildade de aceitar que, de facto, ignoro a maior parte das coisas que ocorrem neste mundo. Mas o que me perturba mais, neste contexto, é não saber onde trabalha a produção que projecta no céu, que por esse motivo também deve ser igualmente plano, todas as noites e alguns dias, a imagem da lua e das suas fases, onde a sombra da terra também se vê redonda. Só para nos enganar, claro.
Imaginam o que eu aprenderia a trabalhar para a equipe de produção que mantém este embuste há séculos? E como a minha ignorância me impede de ver que só alienígenas possuem a tecnologia capaz de nos induzir em tamanhos embustes? 
Claro que os dirigentes mundiais estão todos a soldo dos extraterrestres e quem vota neles partilha, desgraçadamente, da mesma ignorância que me aflige. Uma tristeza.
Devem ser os mesmos alienígenas, mortalmente aborrecidos com as suas rotinas ilusionistas de muitos milhões de anos, que devem ter carregado em botões para accionar os chips do senhor Trump e dos velhinhos de barbas que não gostam, como ele, de ser contrariados. Accionaram uma possível guerra como quem muda de canal na televisão.
Talvez tenham sido eles a brincar com os fósforos na Amazónia, na Austrália e na Califórnia. E que dão murros na planura da terra quando se enervam e provocam sismos e maremotos.
Tanto marionetismo também me dá cabo dos nervos.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

furacões e conspirações

foto daqui
Furacões e conspirações rimam. E rimas são padrões. Com os padrões aprendemos coisas interessantes, porque nunca estão lá por acaso.
Assim, podemos pegar no Irma e na explicação que o cientista Michio Kaku tentou dar sobre a possibilidade de se alterar as condições climatéricas com a ajuda da tecnologia.
O tempo em televisão não prima pelo rigor científico, como se comprova diariamente. Com uma ajudinha das redes sociais, as mensagens que sobrevivem não têm geralmente nada que ver com nada lógico ou irracional.
Uma entrevista que se pretendia esclarecedora virou, instantaneamente, uma 'prova' de que o Irma e os seus congéneres José e Katia tinham mão humana. E está lançada mais uma teoria da conspiração.
Aqui há uns séculos as tempestades e outras grandes comoções naturais provinham da fúria divina e de algum pecado mortal. Actualmente, a sua fonte é uma qualquer conspiração de ricos e poderosos, envolvendo, no mínimo, muita culpa. Não se vê aqui um padrão?
Para manter a desejada humildade, não descartaremos o poder do divino ou dos conspiradores, não vá o céu cair-nos sobre a cabeça sem outra explicação que a de um não entendido, mas mesmo assim merecido, castigo.
Convenhamos, no entanto, que a reacção perante as explosões divinas e as das conspirações são tremendamente semelhantes, indicando sempre que o grande mal é sempre de natureza exterior à nossa responsabilidade individual. Há ou não há aqui um padrão?
Outro padrão consistente é a nossa falta de juízo e de compreensão da Terra e da Humanidade como um ecossistema altamente sofisticado e intrincado, muito implica com estas 'disfunções' naturais. 
No fundo, não faz diferença que sejam fúrias divinas, homenzinhos de negro ou o comum dos mortais que atira lixo para o mar. Tudo o que fazemos tem consequências e a nossa negligência individual pode muito bem ser o suficiente para criar um furacão. Ou deixar que tome forma tangível uma conspiração.
Não nos preocupamos o bastante, não nos responsabilizamos o suficiente. E temos o mesmo descuido com o ecossistema que sustenta a nossa vida que usamos no dia-a-dia. Varremos o lixo para debaixo do tapete quando permitimos que se façam, todos os dias, coisas que sabemos estarem erradas, quando fazemos o que não gostamos, quando permitimos que nos faltem ao respeito, quando não votamos porque achamos que não vale a pena.
Descuidos atrás de descuidos. Causas mais do que suficientes para grandes desastres. Não vêem aqui também um padrão? E não é que rima igualmente com furacão e conspiração?
Quem diria que um bocadinho de gramática tem tanto que ver com a forma como tudo funciona?