foto daqui |
Use the right tool for the job, que é como quem diz: use a ferramenta certa para o trabalho. O que faria alguém normal, honrado, responsável, seria procurar uma fórmula própria e original de chegar as outros.
Isso seria mesmo o ideal, mas não é o que acontece quando, à falta de ideias, se pegam nas dos outros e se faz de conta que são originais. Tipo, usar cartazes com cores familiares para criar empatia com os eleitores. Ou usar as medidas anunciadas por outros como se fossem suas para preencher um programa inexistente.
Com a conivência, claro, dos órgãos de comunicação social. Esses, que tendo o dever de proporcionar igual espaço e atenção a todos, seleccionam pretensas notícias e eventos de modo a que a visibilidade contemple apenas uns e jamais outros.
Haverá realmente quem ainda acredite na decência deste tipo de intervenientes?
Pode, afinal, dizer-se use the right boys for the job, que é como quem diz: use a gente certa para o trabalho. E se o trabalho fosse bom e decente, seria ouro sobre azul.
O que se passa, no entanto, é que nenhum trabalho pode ser bom, e muito menos decente, se deita a mão a todo e qualquer estratagema para manipular a opinião pública e tapar o sol com a peneira.
Não é bom usar nenhum poder para abusar dos outros, seja ele informativo, politico ou financeiro. Não é bom nem aceitável mentir, manipular ou usar indevidamente os instrumentos legais para conseguir pôr em prática uma agenda pessoal e de interesses privados. Não dignifica nem as empresas, nem as instituições. Não contribui para o bem geral e deve ser correctamente identificado como um comportamento anómalo, perverso e condenável.
Os meios não justificam os fins porque, em termos de efeitos, são os meios que os determinam e não os fins imediatos. Pode sempre construir-se uma bela casa na duna, mas a sua beleza nunca estará segura, pois as suas fundações não são confiáveis.
Também não é bonito nem credível mentir ou menorizar os outros, só porque têm opiniões diferentes das nossas. Porque nas costas deles vemos o que nos vão fazer e o que nos espera a seguir. Por isso, antes de escolhermos as pessoas que nos vão representar, devemos ponderar demoradamente as suas acções.
Se queremos realmente que alguma coisa mude, temos de fazer escolhas diferentes. E, sobretudo, não deixar que escolham por nós.