O Natal começa quando o comércio quer. À espera do Eldorado das vendas, entre Outubro e Dezembro 'mata-se' a festa com a inflação da expectativa e o cansaço da repetição das músicas, dos enfeites e dos marcadores de desconto. Esgotante e aborrecido, embora possa parecer coisa de campeões de resultados. Se fosse, não estavam sempre a adicionar mais duas semanas à maré natalícia.
No entanto, nem tudo são más notícias. Por exemplo, cá estou eu a entusiasmar amigos e família com a minha permanente paixão pelo Natal. Também há quem, nem que seja só por superstição, nos deseje festas felizes. Não vá o Céu reparar e excluí-los das bênçãos natalícias.
Depois há gente que não admite a sua infantilidade e festeje secretamente a esperança de um dia destes ainda ver o Pai Natal.
Como acredito que há muito mais Mães Natal e estou sempre a vê-las, não desanimo. Dá gosto observar como se aplicam, se preocupam, se emocionam com os sorrisos que arrancam com as suas comidinhas e prendas. Mesmo depois de se esfalfarem todas a poupar o décimo quarto mês, a correr para as compras depois do trabalho e antes do jantar, a limpar a casa para a ocasião, montar a árvore e espalhar enfeites, preparar o jantar, o almoço de festa e a arrumar tudo para ir trabalhar no dia seguinte.
As Mães Natal nunca me desapontam e, para dizer a verdade, estão todo o ano presentes, atentas e incansáveis. Nem percebo por que razão as consideram o sexo fraco. Portanto, Festas Felizes para todas.
Além disso, o Natal também existe para nos lembrarmos que a fraternidade, a compaixão, o amor e alegria são um quarteto sólido e resistente. Faz-se lembrar naturalmente quando pensamos no espírito natalício e nos sentimos compelidos a pô-lo em prática.
Portanto, Festas Felizes, com muita alegria e gente querida à volta. Nesta altura, cada um de nós tem pelo menos um pequeno papel de resgate de coisas boas e valiosas à mão. Estão connosco todos os dias, mas ninguém aguenta uma felicidade permanente e fado foi criado para nos proporcionar o necessário contraste.
P.S.: Mãe Natal, como só existe o endereço do velhinho pitosga com uma barriga e umas bochechas de quem tem problemas com o colesterol, aproveito para te deixar aqui os meus pedidos. ~
Não te preocupes com a minha idade, porque toda a gente sabe que sou uma delinquente infantil presa num corpo adulto e não sou esquisita com os meus pedidos. Basta que me faças chegar todas as prendas que as outras pessoas rejeitam.
Tenho sempre a quem dar, não me importo de reciclar os desperdícios conscenciosamente e aproveito tudo o que sobrar. Calculo que tenho Natal para o resto do ano que vem.

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