Sou mais do tipo de esperar para ver o que acontece a seguir. Sobretudo em questões sobre as quais é melhor admitir que não se sabe, em rigor, nada.
Na ausência de informação mais fidedigna, a lógica parece ser a medida mais acertada. Mesmo quando possivelmente contaminada com preconceitos ainda por reconhecer.
Por exemplo, fará sentido decidir pelos outros quando as circunstâncias a que estão sujeitos os levam a ponderar a desistência como solução? Quando se encaram condenações à morte como medidas de justiça e se matam animais diariamente como se não houvesse amanhã? Será o respeito pela vontade dos outros tão desadequado e ilógico?
A morte é o destino final de tudo e de todos, por isso é desnecessária ajuda nesse departamento. Falho no entanto em compreender por que se age dessa forma em tantos casos, todos os dias, e depois se reluta em considerar que é um direito quando o grau de sofrimento envolvido é avassalador.
É igualmente injusto esperar que alguém tenha a coragem e a lucidez necessária para decidir pelos outros. E o sofrimento é um péssimo conselheiro, que nos priva de imaginar desfechos óptimos. Mas a experiência da vida é tão pessoal como as decisões que tomamos sobre ela.
Fazemos escolhas a todo o instante e, de repente, em questões fundamentais, são os outros que querem ter o privilégio da decisão. Sabe-se lá por que divino direito.
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