"I am a post-it" |
Sou um post-it. Passo um quarto do meu dia a lembrar uma série de gente toda a sorte de coisas. Quando páro, vejo-me às aranhas para lembrar nomes, títulos, palavras vulgares para objectos do dia-a-dia. Resumindo, também preciso de um post-it.
Devo consultar um oráculo para descobrir o meu post-it pessoal? Um centro de meditação transcendental? O meu médico de família, que me aterroriza com a sua hipocondria e tendência para prever doenças que não são do meu interesse?
Por uma questão de senso comum, será melhor enumerar as qualidades expectáveis num post-it pessoal, tal como um invulgar respeito pelo meu silêncio, capacidades divinatórias excepcionais, para evitar irritantes explicações sobre o que pretendo que me lembre? Ou a relevância de não usar uma cola com componentes passíveis de induzir alergias e outros males menos conhecidos?
É uma maçada entrar no universo dos post-it e descobrir todas as barreiras físicas, emocionais e mentais a superar. Não admira que tenham escolhido o amarelo para estes papeizinhos, como aviso para a aventura em que se embarca a partir do momento em que começam a utilizar-se.
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