Mostrar mensagens com a etiqueta coisas de mulheres. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta coisas de mulheres. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 8 de março de 2022

coisas de mulheres

 


Em tempos, Joan Baez deu um concerto em Cascais. Calhou-me entrevistá-la, depois de ter gasto várias agulhas no gira-discos a ouvir Diamonds and Rust. Levaram-me até à sala onde ela estava antes de começar o espectáculo, e levei uns minutos a olhar em volta, à procura dela. Nada. 
Não a via em lado nenhum e, de repente, lá estava ela, ao meu lado. Tive de olhar para baixo, eu que esperava uma mulheraça correspondente à voz e ao que imaginava dela. Respondeu a tudo que lhe perguntei com grande tranquilidade e despachou-me porque o concerto ia começar.
A plateia recebeu-a em euforia e logo aos primeiros acordes, a vozearia entusiástica do público levou-a a interromper a canção: Too much drinking, huh? Esperou que todos acalmassem e retomou o espectáculo com o respeito que lhe era devido.
Outra mulher para não medir aos palmos foi Maria Barroso. O seu trabalho de toda a vida devia ser mais estudado e divulgado. Para benefício de quem cresceu já na liberdade que ajudou a conquistar e ainda não entende a necessidade de manter a atenção e a acção nas coisas que importam. 
O talento que pôs em prática em tantas áreas essenciais mostra uma visão além do seu tempo. Havia que falar disso abertamente, com a coragem que nos deixou como exemplo. Até para elogiar é preciso ousar e encontrar uma expressão que não apouque.
Não percam a homenagem que lhe fazem hoje aqui e aqui, a partir das 18:00 horas. 
Conheci igualmente de muitas mulheres grandes, em tamanho e outros atributos. O problema é que não é possível contar num só dia a importância que tiveram na minha experiência desta vida.
Hoje fico-me por mais uma, a Aida, que também era pequena, corajosa e muito amada.