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quinta-feira, 13 de junho de 2019

no B-plan-et?


É um facto. Não há plano B para o planeta, nem para ninguém. Não quando passam meses e anos de divulgação de imagens que mostram inundações de plásticos e de fenómenos climatéricos e outras heresias e continuemos todos a coleccionar embalagens de supermercado e a comentar casualmente essas coisas como se fizessem parte de uma realidade paralela.
As nossas tentativas de destruição maciça do planeta estão a surtir efeito. Só que, com mais ou menos plástico, o planeta vai continuar. Vai assistir ao nosso fim, vai reciclar-se e preparar-se para a próxima vaga de parasitas. Mais ou menos conscientes. Logo se vê.
Portanto, preparemo-nos. Estamos a assistir ao fim de um ciclo que não soubémos corrigir ou governar. Estamos a fazer o que criticamos aos políticos, a quem passámos carta branca para arruinar as nossas vidas. A cada um a sua forma preferida de masoquismo, como diria o outro.
Isto é importante? Não deve ser. Vamos continuar a debitar opiniões e julgamentos nas redes sociais. A invejar quem fica com mais um biscoito do que nós e a sonhar acordados com vidas de sonho em crostas de plástico flutuantes. Ou ciclones, degelos ou deslizamentos.
O planeta está sempre a mudar. E nós a sonhar que não precisamos de o fazer. Afinal, o sonho comanda a vida, não é? E os mandantes devem saber o que estão a fazer, certo? E toda a gente tem imensa consciência agora que as redes sociais divulgam tudo, verdade? E que o conhecimento só vai até à página cinco de gurus que para os escrever frequentaram alguns fins-de-semana de formações prestadas por sábios formados em ciclos igualmente breves de sabedoria reader's digest.
De facto, não há nenhum possível plano B quando nem sequer um A chega às dez páginas de resumo. 

quarta-feira, 29 de maio de 2019

nada sério

"trivia" by MMF
Hoje não quero saber de nada sério. Daquele sério que aborrece, deprime, que cria problemas. Hoje é dia para me maravilhar com coisinhas, assim como ir a correr por um prado florido, à Franco Zefirelli no Romeu e Julieta, que depois montes de anúncios de desodorizantes perfumados replicaram.
Hoje é dia para procurar a beleza, não a física, que também é um aborrecimento que não se explica. Mais coisa de pêra madura e apetitosa, e daqueles carreirinhos de minhocas que se descobrem debaixo das pedras. Ou árvores que parecem que falam connosco quando olhamos para cima e as copas são como um chapéu de sombras frescas.
Hoje não vou prestar atenção, por exemplo, às notícias de desastres e guerras e assassinatos, escolhidas de propósito para nos porem a tomar medicamentos produzidos por multinacionais. Se bem que ver notícias horríveis e tomar drogas a seguir faça imenso sentido.
Hoje também não vou para a praia, para não ver o desfile de gente entusiasmada com a ideia de fritar ao Sol e de coleccionar maleitas de pele. Nem olhar para o mar e lembrar-me das ilhas de plástico que por aí andam enquanto continuamos a encher-nos de embalagens redundantes em todas as compras que fazemos. Deve custar muito tomar decisões sensatas quando estamos prestes a ser engolidos pelos dejectos mortais que produzimos. Deve ser pior que morrer afogado, esse enleamento em detritos que nos ameaça.
Pronto, já estraguei o meu dia de pensamentos felizes.