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quarta-feira, 29 de maio de 2019

nada sério

"trivia" by MMF
Hoje não quero saber de nada sério. Daquele sério que aborrece, deprime, que cria problemas. Hoje é dia para me maravilhar com coisinhas, assim como ir a correr por um prado florido, à Franco Zefirelli no Romeu e Julieta, que depois montes de anúncios de desodorizantes perfumados replicaram.
Hoje é dia para procurar a beleza, não a física, que também é um aborrecimento que não se explica. Mais coisa de pêra madura e apetitosa, e daqueles carreirinhos de minhocas que se descobrem debaixo das pedras. Ou árvores que parecem que falam connosco quando olhamos para cima e as copas são como um chapéu de sombras frescas.
Hoje não vou prestar atenção, por exemplo, às notícias de desastres e guerras e assassinatos, escolhidas de propósito para nos porem a tomar medicamentos produzidos por multinacionais. Se bem que ver notícias horríveis e tomar drogas a seguir faça imenso sentido.
Hoje também não vou para a praia, para não ver o desfile de gente entusiasmada com a ideia de fritar ao Sol e de coleccionar maleitas de pele. Nem olhar para o mar e lembrar-me das ilhas de plástico que por aí andam enquanto continuamos a encher-nos de embalagens redundantes em todas as compras que fazemos. Deve custar muito tomar decisões sensatas quando estamos prestes a ser engolidos pelos dejectos mortais que produzimos. Deve ser pior que morrer afogado, esse enleamento em detritos que nos ameaça.
Pronto, já estraguei o meu dia de pensamentos felizes. 

domingo, 3 de junho de 2018

padrões e inteligência


A inteligência dos padrões é frequentemente subestimada. A sua beleza é evidente, mas poucos se interrogam sobre as razões que levam à atracção que provocam. A resposta é simples, embora descartada pela maior parte das pessoas que observam esse tipo de manifestações.
Os padrões são atraentes porque evidenciam a nossa capacidade de perceber que a repetição não é casual. Ocorre porque há ligações a perceber na manifestação de fenómenos semelhantes. São sinais de que há coisas a perceber. Há consciência a desenvolver em torno do que se repete e conclusões a tirar que expandem a nossa percepção.
A beleza dos padrões é essa sensação de coisas que fazem sentido sem que apliquemos mais esforço nisso, senão o do simples reconhecimento da sua existência e das possibilidades que se multiplicam a partir do momento que se observam.
Casar conscientemente a inteligência e a beleza em formas destas é uma pista valiosa para quem gosta de investir tempo a descobrir e a entender. Acrescenta sempre alguma coisa ao sentido que se busca para a existência. 
É uma revelação sem fim que traz luz, conhecimento e apreciação por esta forma de ver o mundo.

quarta-feira, 28 de março de 2018

a beleza da democracia


A beleza da democracia é que é um conceito que apenas depende de nós. São as nossas ideias, e até a falta delas, que criam limites ou uma infinidade de soluções dentro desse conceito. Como nas relações, na forma como entendemos viver a nossa vida, é a nossa noção de liberdade que se manifesta, por excesso ou por defeito, para estabelecer os contornos que desejamos serem a marca distintiva do que realizamos.
Grupos, países ou locais são fruto do uso que damos às nossas escolhas. Os ideais, por melhores e mais atraentes que os pintemos nas nossas cabeças, só se mostram nas nossas acções na medida  em que nos permitimos pô-las em prática.
O líderes que escolhemos, não têm de impor as suas ideias, na medida em que são sempre insuficientes em comparação com o vastíssimo leque das de quem os segue. O seu trabalho é ter a visão de conjunto que permita unir e ampliar as opções de todos.
Cascais é a nossa terra, o nosso corpo colectivo, o nosso porto de abrigo e a possibilidade sempre existente de moldar a nossa vida pelos limites cada vez mais extensos que possamos imaginar. Não esperemos que pequeníssimos claustros de cidadãos, por falta de imaginação de tempo ou de experiência prática do que pode ser cada vez mais perfeito, limitem a potencialidade de transformar este território nos nossos sonhos e ideais.
Os partidos não definem a qualidade de vida que nos caracteriza. Somos todos e cada um de nós que definimos essas entidades colectivas e a experiência que podem trazer à nossa existência. Um grupo político, esvaziado de ideias e do coração de quem o compõe só pode traduzir uma realidade empobrecida para o concelho e para os seus munícipes.
Tudo começa e acaba e nós, na força com que acreditamos que podemos criar uma realidade cada vez mais rica e adequada às nossas expectativas, e na coragem das nossas acções nessa direcção.
Todos os dias são oportunidades para mudarmos uma areia na engrenagem e somos duas centenas de milhar de possibilidades para que isso aconteça. Acham pouco?

domingo, 13 de abril de 2014

did I make a beautiful picture?



"What concerns me when I work, is not whether the picture is a landscape, or whether it's pastoral, or whether somebody will see a sunset in it. What concerns me is - did I make a beautiful picture?" - Helen Frankenthaler (N. New York, 12 de Dezembro de 1928 - M. New York, 21 de Dezembro de 2011)
("O que me preocupa quando trabalho não é se o quadro é uma paisagem ou uma pastoral, ou se alguém verá nele um pôr do Sol. O que me preocupa é - fiz um quadro bonito?")

Fiz da minha vida uma coisa bonita? Senti-me feliz? Deixei-me inebriar pela cor, pela alegria, pelas experiências que surgiram no meu caminho? Tive a presença de espírito necessária para escolher a parte da minha vivência que é completamente real, em vez de me deixar arrastar pelas fantasias do medo? Fiz o que me apeteceu ou receei tudo deixei-me prender nos medos imaginários de um futuro que só existe na minha cabeça?
Viver com cor, com certezas, com possibilidades é o nosso destino. Não o do atoleiro da falta de fé e de confiança.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

coisas bonitas

Arte plumária de povos indígenas amazônicos (Divulgação/Inpa)
As coisa bonitas não são inúteis, nem apenas bonitas. São modelos de uma certa harmonia, de um equilíbrio conseguido através de ores, de formas, de volumes. Servem sobretudo para nos lembrar que é possível arrumar quase tudo na nossa vida como uma peça de arte. Algumas mais bonitas do que outras. O importante é praticar o suficiente para conseguir alcançar um patamar que nos satisfaça.
Quando queremos mudar coisas importantes, devemos começar por nós. Ter consciência de que temos sempre coisas para arrumar e embelezar é sempre o primeiro passo para conseguir mudanças. Se o nosso espaço, o nosso universo, começar a ganhar mais harmonia, o mais provável é que ela contamine, como um bom vírus, o que nos rodeia.
Esta peça belíssima dos índios da Amazónia, que descobri por acaso num passeio por notícias e imagens da Internet, fez-me recordar a importância das coisas bonitas na nossa vida. Há quem diga que a Arte não serve para nada. Mas se assim fosse, por que razão moveria tanto esforço e tanta gente? Também há quem diga que a Arte não ajuda as pessoas, e que são as pessoas que ajudam as pessoas. Não concordo. Acho que a Arte ajuda muita gente e é, muitas vezes, um espelho muito agradável do que as pessoas podem ser, do que já têm dentro de si. Como uma semente pronta a germinar. 
O facto de encontrarmos coisas bonitas em todo o lado devia ser, por si só, um sinal de que há sempre beleza na vida.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

a beleza



Surpreende-me a beleza contida em coisas simples. Surpreende-me o amor que suscita, a felicidade com que nos inunda. Quando os meus olhos encontram o belo, qualquer coisa desperta em mim, como se um sentido oculto se me revelasse nesse momento. E é com amor que partem os meus olhos para outros destinos. É com amor que prossigo a minha vida.