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Isabel Magalhães e Gabriela Canavilhas, na arruada que, segundo as más línguas, quase nem aconteceu. Entre outras alegações de escassa veracidade.
É o que acontece quando o patrão de vários órgãos de comunicação social entende que pode imiscuir-se no poder local e apadrinhar uma candidatura. Apesar de serem mais do que notórios os seus efeitos nefastos na qualidade de vida da terra em que cresceu. E a despeito do clima de terror criado para quem não alinha no compadrio local.
É por essas e por outras que se tentou sempre que o jornalismo não se deixasse contaminar pelos encantos do poder, e que constituísse, por si só, o quarto poder: com capacidade para investigar e informar sobre tudo com credibilidade e honestidade, de forma a manter uma coexistência equilibrada para todos.
Ainda vivi num tempo em que pude admirar a capacidade de um cidadão construir um império de imprensa e de televisão. Alguém assim devia ter algum valor. Enganei-me.
Verifiquei que o excesso de bens materiais se sobrepõem, ao fim de algum tempo de alguns vícios de comportamento, ao respeito pela vida, pelos outros e pelo futuro de todos os nossos descendentes.
A vergonha extinguiu-se e essa é a única justificação para o tratamento que a informação se julga no direito de pôr por escrito e dito. Uma mão cheia de rapazolas deslumbrados e influenciáveis são o suficiente para fazer contra-informação (esta sem graça, nem humor) e lançar boatos.
É de uma profunda tristeza verificar que já não existem homens e mulheres de bem que defendam o jornalismo pelo que deve ser. Milhares de carteiras profissionais estão silenciadas pelos salários de fome de que dependem. E pela vontade sem vergonha dos patroezinhos e novos-riquinhos.
Com todo o respeito, chegou a altura do surpreendente Plutão, em viagem por Capricórnio, lhes mostrar o que é realmente responsabilidade, frugalidade e parcimónia na gestão dos recursos que são de todos e que a todos se impõem.
Valham-nos as mulheres como a Isabel e a Gabriela, que contra ventos e marés, resistem aos naufrágios e aos escolhos que lhes põem no caminho e insistem em mudar alguma coisa. É desta coragem que precisamos, não da flacidez e da flatulência de quem não larga as cadeiras do poder.