Mostrar mensagens com a etiqueta instinto. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta instinto. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

instinto


Instinto de sobrevivência. Instinto, naquela versão facilmente explorada através da atenção prestada à respiração. E sobrevivência do que somos, de facto e que não começa nem acaba. Reduzir a expressão a esta experiência de vida também serve. Mas que sentido faz esse instinto se a sobrevivência é para o que um dia acaba e não volta mais?
No fundo, acreditamos nesse instinto superior que a todos orienta no caos da vida. Ou a vida do caos que nos resta quando é impossível abarcar todas as causas para discernir todas as consequências. Um desenho da existência com linhas limites muito convenientes. Mas para quê então um instinto que nos garante saídas extraordinárias desses limites? Afinal os limites são naturais ou são os dos sentidos que nos devolvem esta experiência?
Depois vem a sobrevivência, que não faz grande sentido se todas as coisas são finitas. Se não se observar além do que acaba. Faz muito mais sentido se a sobrevivência for de facto a existência para lá do começo e do fim, a linha da vida que não acaba e se transforma permanentemente.

domingo, 13 de maio de 2018

portas e janelas


Há coisas que não se fazem, outras que são obrigatórias, nem que seja pelos dedos que se apontam ao abrigo de estados de consciência que vão e vêm como modas. Há portas e janelas que se fecham e abrem como as das casas assombradas, de prisões de todo o tipo, de saídas de emergência e por aí adiante.
Só podem ser correntes de ar, redemoinhos sem eira nem beira. Manifestações incompreensíveis de vontades e atributos cujos desígnios são como os dos deuses e de outras entidades que se nomeiam à la carte. Medos e certezas talhados mais pela imaginação do que pelo conhecimento das regras que regem todas as coisas.
Há portas e janelas, sim, mas também uma ignorância total daquelas que se devem abrir ou fechar. E ainda há o que cai ou não cai no goto, o instinto que declara alertas e os estados de coragem que ditam acções inebriantes e uma fé inexplicável nos bons desenlaces.
Temos esta vida que parece uma viagem psicadélica de causas e efeitos sem controlo aparente. E temos, obviamente, a possibilidade de a viver trancando todas as portas e janelas para fugir às correntes de ar.
São escolhas intermináveis e também a escolha de não assumir qual fazer. Na ignorância, podemos viver, simplesmente, como uma garrafa sacudida pelas ondas que não sabe a que praia chegar.