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sábado, 12 de maio de 2018

sempre gostei de barcos


Sempre gostei de barcos. São deliciosas metáforas da vida, pequenos cascos ao sabor de ondas muito maiores do que se entendem. O balanço não me incomoda, o enjoo não me acomete, e os desafios, mesmo incalculáveis e assustadores, não deixam de nos enredar em viagens que nos arrepiam de emoções.
Quanto mais pequenos, mais aliciante é o atrevimento da entrega a tudo o que não se pode controlar, maior é o reconhecimento de que a experiência nunca é suficiente, que a coragem e a confiança no melhor dos nossos instintos são as únicas armas verdadeiras que possuímos.
Todas as manhãs são uma promessa de viagens e perigos a vencer a bordo das nossas frágeis embarcações. Por isso sempre gostei de barcos e da expectativa das surpresas monumentais dos mares que enfrentamos.
Que graça tem ficar em terra e confiar apenas no conhecido?

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

o que importa é o coração

"O que importa é o coração" by MMF
No final do dia, o que importa é o coração. É a sensação de bem-estar por um dia bem cumprido, por se ter feito tudo o que foi possível fazer, em entrega total. Esse é o maior dos objectivos.
Não é fazer mais, mas o melhor possível. Sentir a alegria do instante em vez de ocupar a mente e o coração com objectivos irreais. Aproveitar cada momento vivido como uma dádiva que não se repete.
No final de tudo, é com o coração que queremos viver, é por ele que queremos tudo: a felicidade, as paixões, a entrega e a vertigem dos grandes saltos.
O bater do coração é o compasso certo para a nossa vida. Quanto mais erramos, mais oportunidades temos de rectificar o ritmo, de recomeçar mais e melhor.
No final do dia, tudo foi feito com honestidade, na melhor das nossas capacidades e podemos devolver a cabeça ao travesseiro com um suspiro de satisfação e a certeza que, de manhã, tudo volta a ser possível.
O que importa, sempre, é o coração e o que dele irradia. E assim seja.

terça-feira, 20 de maio de 2014

entrega

Catherine Ahnell
Voar sem receio algum numa explosão que nos arrebate, que nos lance como uma bala pelo desconhecido. Tal é o destino do amor. Da aceitação do que nos atrai, sem jamais sabermos onde vai dar. Não é para todos. Apenas para os que conhecem a extensão do arrebatamento, o sabor da corrida para o abismo, a exaltação até ao que parece quase uma loucura suicida mas é, simplesmente, a capacidade de entrega.