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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

uma centena de anos e de histórias


 Se ainda estivesse entre nós, o meu pai faria hoje cem anos. Um século parece muita coisa mas apesar do tanto que acontece nesse espaço de tempo, não é nada. Passa num instante e somos sempre surpreendidos pela efemeridade de todas as coisas.
Hoje, apesar de tudo o que nos deixou, a mim e às minhas irmãs, continua a somar histórias nas nossas lembranças. Quando falamos nele e recontamos alguma coisa passada com ele, ou reutilizamos a sua experiência no dia-a-dia para encararmos e resolvermos os pequenos e grandes desafios da vida. Nessas alturas ligamos as nossas histórias às dele e acrescentamos-lhes alguns pontos, como se faz quando contamos um conto. As novas versões são sempre enriquecidas, como se as experiências dele e as nossas fossem sempre renovadas, recicladas e transformadas. Sem limites senão os da expansão. Nada se perde.
Escolhi esta imagem porque me lembro sempre que uma das suas actividades favoritas era fotografar e as flores eram recorrentemente apanhadas pela sua lente e depois reproduzidas em slides projectados nas tertúlias familiares depois do jantar. A par dos filmes Super 8 da Kodak dos anos sessenta do século XX.
Eram flores a sua oferta favorita para a minha mãe nos seus dias especiais. Nos outros ela também cultivava o gsto por as plantar e cuidar enquanto cresciam.
O azul do fundo da imagem é uma homengem ao F. C. do Porto, que seguia discretamente pela televisão, por que na família havia, pelo menos, mais dois clubes venerados. Já as folhas são numerosas e diversificadas como a família e as suas histórias.
E na vida nada mais se passa de maior valor que os contos e pontos e o intrincado mapa de todos que só se complica ou fortalece ao longo dos anos. Portanto, parabéns, parabéns, parabéns, pelos cem anos que nunca foram de solidão e deixaram uma saudade sem medida.

segunda-feira, 19 de março de 2012

filhas e pais

Inhaminga, 1966
Hoje é dia do pai e também o aniversário de uma das minhas irmãs, Ana Margarida, a segunda a contar da esquerda, na fotografia. Foi a única que nasceu em casa, em Vilanculos (Moçambique), com a ajuda do meu pai como parteiro. Há cinquenta e um anos, quando toda a gente se juntava para ir para a praia, a minha mãe ficou para trás e, com ela, o médico e o meu pai, para o ajudar. Na altura, o hospital tinha menos condições do que a casa para o parto. O dia do pai tem, por isso, um significado especial cá em casa e é partilhado entre os dois, filha e pai. Ainda hoje, de volta do bolo de aniversário, se recordou a história do parto e outras aventuras de pais e filhos. A autora da fotografia acima é a minha mãe, que se revezava no serviço da máquina quando havia fotografias de família para fazer.