terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

a sentir hoje

'Creative Growth' (imagem daqui)
A sentir hoje sensações como as ondas gigantes que o mar tem trazido e que podem muito bem ser um reflexo da energia que tem andado por aí à solta. Quem é que pode competir com a nossa força interior?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

pequeno-almoço na cama

Imagem daqui
Pequeno-almoço na cama era o que vinha mesmo a calhar. Coisa ligeira, saborosa, aromática. A coincidir com uma data como a do dia dos namorados ou outra qualquer. Para ficar na memória e lembrar que existem momentos que são realmente difíceis de esquecer. Também se dispensa a louça fina, ou original. Nem o pequeno-almoço é essencial. Basta a companhia, o afecto, a sensação de andar nas nuvens ancorada a um abraço terreno. No final, é só mesmo a experiência que importa. E a expectativa de a repetir eternamente.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

arte e cachorros

O NAAAS (Núcleo de Apoio a Animais Abandonados de Sintra) precisa constantemente de padrinhos, voluntários e mecenas para os seus cachorros. Ideias não faltam e uma delas é organizar um leilão de obras de arte para angariar fundos para proteger os muitos animais que todos dias aparecem abandonados ou maltratados.
Todos os artistas que queiram participar no leilão, que vai realizar-se online e culminar na PetArt, uma festa-leilão para angariar todos os cêntimos possíveis para esta causa, podem contactar o NAAAS e pôr a suas obras à disposição.
Muitos artistas já ofereceram os seus trabalhos para dar força a esta iniciativa, mas os cachorros precisam de toda a ajuda que conseguirem mobilizar. Alguns deles, os mais doentes e velhos, já não têm hipóteses de ser adoptados. Por isso, há que garantir a sua alimentação e tratamento.
Aqui fica, portanto, o nosso apelo à gente generosa que sabe que também é cultura o respeito que devemos aos companheiros que não discriminam entre nós e a sua espécie, nem deixam de nos amar por não serem sempre correspondidos.
Doar obras de arte por esse amor incondicional é o mínimo que podemos fazer. Quem gosta de arte pode valorizar os objectos e a causa, procurando na próxima semana o leilão PetArt online.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

2014: génio e divindade

Imagem daqui: http://www.streetartnews.net/
Há beleza no caos, na criatividade que emana. Somos um pedacinho confusos, um bocadinho emaranhados, mas criamos como génios que se esquecem de que o são. Ou deuses com Alzheimer. Por vezes autorizamo-nos a deixar-nos levar pela corrente da nossa natureza e produzimos instantâneos do que somos. Que este ano seja um simples mergulho no nosso génio e divindade.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

em paz

Foto: MMFerreira - Templo Budista de Sintra
Fechar os olhos e ficar em paz. Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a paz de Deus. (Um Curso em Milagres - Helen Schucman)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

birras das crianças


Quando as coisas não lhes agradam, as crianças queixam-se, choram, fazem birra. Não têm outra forma de se manifestar, nem outras ferramentas para o fazer. Têm adultos que agem por elas, no sentido de lhes proporcionarem aquilo de que precisam.
As queixas deixam de ser uma opção quando crescem e passam a ter à mão as mesmas ferramentas das pessoas que delas cuidaram. Portanto, passar a vida adulta a fazer queixas e escolher não utilizar meios de gente crescida para resolver a vida é uma opção discutível.
É imaturo passar a vida ao lado de alguém de quem se diz mal, fazer queixas do patrão e do trabalho e não fazer nada para mudar de emprego ou a situação, protestar contra a injustiça e os políticos corruptos e não sair de casa para ir votar quando chega a altura.
As queixas são pretextos e desculpas para não se fazer o que está certo, o que é lógico e correspondente a quem cresceu e tem ferramentas para resolver as suas questões. Acontece que não há desculpa para não se fazer aquilo que nos apetece e nos parece justo. 
Passar o dia em queixas e protestos é extenuante. Até podemos começar por aí, mas o que vai mudar realmente alguma coisa é agir de acordo com o que queremos. 
Escolher a acção é mudar a nossa vida de um momento para o outro, sair do pesadelo e começar a andar na direcção do que queremos. 
Será assim tão difícil investir nas soluções o mesmo que investimos nas queixas? Será tão extraordinário viver como adultos em vez de estar sempre a fazer a birra das crianças?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

amor e alegria incondicionais (NAAAS)

Ontem levaram-me de visita a uma quinta em Sintra onde funciona o NAAAS (Núcleo de Apoio a Animais Abandonados de Sintra). Mais uma iniciativa em que a solidariedade de algumas pessoas tenta compensar a indiferença e a maldade dos que se acham capazes de governar os outros.
Logo à entrada, um avô com a filha e dois netos a pedir para ficarem com o cachorro da família, Max, dois anos e meio de dedicação exclusiva e desinteressada a uma espécie que considera sua, a tremer entre as pernas da dona pela certeza do que lhe ia acontecer.
As histórias de quem abandona os cães são sempre de cortar o coração, o que acaba por acontecer a quem é abandonado e a quem tem de lidar com esse facto. A solidariedade é mais ou menos um subsídio que é devido a quem não tem direito, mas acha que o conceito foi inventado para lhes trazer mais uma vantagem qualquer.
O Max foi adoptado cerca de meia hora depois de ter sido abandonado. Teve sorte diferente das muitas dezenas de cães que o NAAAS abriga, alimenta, passeia e acarinha através dos seus voluntários. 
Durante a visita, a amiga que me levou não conseguiu reter algumas lágrimas. Ouvir as histórias de cada um dos cães que ali está, perceber a crueldade por que alguns passaram e o abandono a que são tão vulgarmente votados é mais do que suficiente para abalar qualquer coração.
O que vi, no entanto, foi a alegria com que a a maioria esmagadora deles salta, corre e aproveita o momento, porque estão vivos, abrigados e tratados. O amor com que saúdam as pessoas que deles tratam, a gratidão sem limites com que os reconhecem. 
Nós, que procuramos ajudá-los e temos pena deles, poucas vezes nos concedemos a mesma felicidade e passamos boa parte da nossa vida a tentar entender os conceitos que aqueles animais praticam: amor e gratidão incondicionais.

Muitos dos cães do NAAAS são velhos, doentes e estão ali há muito tempo. São os que têm menos chances de ser adoptados. Alguns deles ainda não desistiram de procurar nos nossos olhos um sinal de que os desejamos como companheiros e membros de direito de uma família. 
Poucos acreditam que o seu papel com a nossa espécie esteja terminado. Sabem ao que vieram e esperam com paciência que as suas almas gémeas venham ao seu encontro. Por isso, se acham que precisam do apoio incondicional de um amigo completamente dedicado, vão até lá e procurem os olhos dos que sabem aquilo que buscam.
O meu preferido foi o Alvim (na foto), que não olhou para mim porque é quase cego. Mas que mostrou bem, com a sua vivacidade, a certeza de que vai cumprir o seu papel de companheiro.

Vão até ao site do NAAS ou até à página no Facebook. Escolham o vosso companheiro ou apadrinhem um. Talvez as duas coisas. Comprem de vez em quando uma saca de ração e vão lá deixar. Ofereçam-se para passeá-los ou para encontrarem amigos que precisem urgentemente destes amigos. A vossa generosidade será amplamente recompensada de formas que nenhum dinheiro compra.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

efeito aleluia

"Alleluia effect" - Guincho, Cascais (foto: MMFerreira)
Cascais acordou hoje no meio de mais uma encenação política para as eleições de domingo: um panfleto de oito páginas, mimetizando as cores e o estilo da coligação que preside a autarquia, utilizado para acusar o executivo em funções.
Introduzindo links e assuntos trazidos a lume pelos independentes, não é difícil pôr o concelho a pensar que a iniciativa é do movimento de cidadania que Isabel Magalhães lidera.
Analisadas as minúcias associadas, e atendendo a que o movimento citado não tem os euros necessários para espalhar maciçamente um panfleto com aquela qualidade por todo o território da autarquia, fica claro que a iniciativa só pode ter brotado de outros, nomeadamente com capacidade económica e maior tradição panfletária, como é o caso de outros dois portentosos adversários do movimento de cidadãos e também do edil local.
Ainda ontem, citando sem inocência o exemplo de Cascais, um professor defendia no jornal Público, a tese de que uma democracia sem partidos é uma ditadura, deitando para isso mão a argumentos que datam do século XIX e dos seus eméritos pensadores. Como se não tivessem passado duzentos anos entretanto, como se outros pensadores não tivessem surgido nesse espaço de tempo e, pior ainda, como se não fosse evidente que as democracias viram ditaduras de cada vez que um partido colhe a maioria dos votos.
Acontece que o desinteresse pelas acções anónimas e ataques espúrios em tempo de campanha faz parte da forma de estar dos cidadãos a quem importa uma convivência social e política saudável.
É o efeito aleluia que procuramos quando escolhemos um movimento como o SerCascais para corrigir o nosso rumo em direcção ao futuro. Não a descida às catacumbas em que os partidos gostam tanto de manter os cidadãos para os afastar de uma vivência plena dos seus direitos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

a vida como uma lanterna chinesa

"Inner Garden Beauty" (acrílico sobre tela - 90 x 90 cm) - MMFerreira
Imaginemos que a vida, o universo, a história, tudo o que conhecemos e podemos vir ainda a conhecer está armazenado no tubo de papel de uma lanterna chinesa, uma dessas com pregas que se desenrolam para lhe dar volume antes de se pendurar com uma lâmpada lá dentro. Imaginemos que, ao espreitar lá para dentro, vemos tudo o que fomos, o que somos e o que suspeitamos que ainda viremos a saber. Vemos também os sítios onde estivemos e onde ainda gostaríamos de ir. Os nossos amigos e os inimigos, os animais, as plantas, os rios e oceanos, as estrelas e tudo o que o conhecimento pões ao nosso alcance. 
É um mundo imenso, tudo dentro do tubo de papel da lanterna chinesa. Tudo o que podemos imaginar, conceber, lembrar, incluindo o espaço com as suas constelações, buracos negros e transformações e todas as nossas vidas e as que provavelmente andam por aí sem que saibamos da sua existência.
Imaginemos agora que achatamos a lanterna, com tudo o que lá tem dentro. Ficamos com um disco de papel espalmadinho e pronto para ser guardado em qualquer canto. Diminuiu drasticamente de tamanho, mas o que lá estava dentro continua no mesmo sítio, só que arrumado de outra maneira. E fora dele, continua o resto da vida, tudo o que ainda não conseguimos apreender ou imaginar.
Isso põe tudo em perspectiva, está visto.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

amor, contraste, desafio

Um amor vivido até ao infinito, esquecido de fronteiras enganosas, separações impostas pelas barreiras dos sentidos. Um amor assim é o único que merece a nossa luta. Não o das indecisões, meias verdades, sacrifícios e privações. O amor é o contrário disso tudo, mas permanece nos contrastes e nos desafios. Indiferente aos julgamentos e às condenações. Coragem...

terça-feira, 13 de agosto de 2013

lembra-te

I just wanna give you something to remember me by / I won't be gone forever / And our love is for all time
Pequenos gestos para manter a chama do amor sempre presente.

terça-feira, 30 de julho de 2013

curiosas contradições

Imagem daqui
Os monárquicos são pessoas curiosas. Não apenas por nos estarem sempre a tentar convencer de que um sistema de governação ultrapassado, como é o da monarquia, pode de algum modo resultar nos dias de hoje, como pela sua cega fé em coisas como um tipo de sangue azul, uma classe social chamada nobreza, privilégios para pessoas que por definição, nada fazem para os merecer, etc.
Tudo começa pelo equívoco da classificação de nobre, que na sua génese nada tem que ver com um nascimento rodeado de privilégios, mas sim com a capacidade de algumas pessoas se destacarem pelos seus méritos (e eventualmente, nobreza, ou seja, qualidade de carácter). 
Os primeiros nobres foram pessoas vulgares, que mereceram de alguma forma essa qualificação, não meninos pálidos e mimados paridos em berços de ouro ou de qualquer outra extravagância pouco própria para o saudável desenvolvimento infantil.
Portanto, sem intervenção divina ou misteriosa, houve uns tipos diligentes que fuçaram bem os seus privilégios e não fazem, nem de longe nem de perto, o tipo do betinho quase efeminado que se afecta especial e nobre por nascimento. Ou do troglodita que se revê no mesmo figurino.
Depois, num país como o nosso, onde toda a gente é em maior ou menor grau família de toda a gente, e onde os ditos nobres tinham o direito de se servir de qualquer mulher, incluindo as nubentes que inadvertidamente se lembravam de casar dentro do perímetro da sua influência, é de crer que tudo o que é português tem pelo menos uma mulher na família que serviu um desses indivíduos. Resumindo, toda a gente é, em maior ou menor grau, senão filho de nobres, pelo menos bastardo deles.
Assim se conclui que os genes da nobreza, o sangue azul, correm por todo o lado. Por acaso até gostava de saber quem seria o timorato genealogista ou escriba oficial capaz de afirmar, com absoluta certeza, que fulano ou sicrano não são, de todo, filhos da turba fidalga que cavalgou à solta por esse País fora, durante centenas de anos.
Já quanto aos privilégios por direito de nascimento de uns tantos escolhidos, é no mínimo uma teoria de mau gosto nos dias de hoje, em que a igualdade de direitos é um valor incontestável para qualquer avisada cabeça ou de comum bom senso.
Andar em bicos de pés é uma tentação vulgar, mas há que reconhecer que o apoio da sola inteira facilita a deslocação e favorece o equilíbrio de qualquer criatura que use esse tipo de apêndices para avançar na vida e em qualquer direcção.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

o dinheiro e as eleições (ser em vez de ter)

o 
Imagem daqui
Acumular dinheiro tornou-se, na nossa sociedade, um símbolo de sucesso, de poder, de coisa meritória. Há gente diligente que desperta todos os dias com vontade de fazer coisas e põe isso em marcha com acções que produzem riqueza. Essas pessoas são ricas, não apenas em dinheiro, mas no total das suas vidas, que aproveitam para pôr em marcha de todas as formas que consideram úteis e válidas.
Outras pessoas confudem simplesmente o dinheiro com os seus anseios. Em vez de acumularem as coisas que provavelmente os fariam felizes, confundem o símbolo com a finalidade das suas vidas.
O único motivo pelo qual achamos que precisamos de dinheiro é para suprir o desejo que sentimos por coisas que nos podem causar satisfacção e felicidade.
Quando os políticos e outras figuras destacadas da sociedade falam em dinheiro e riqueza estão a referir-se directamente às nossas possibilidades e capacidades para sermos ou não felizes. Usam o símbolo para nos aliciar ou assustar em relação à forma como sentimos a vida. Agradável se tivermos dinheiro, horrível se não for esse o caso.
A geração de riqueza que tantos discursos apregoam não é a multiplicação dos euros ou dos dólares, fracos substitutos das nossas emoções e da nossa vontade de sermos felizes. E são fracos não porque sejam maus, pois são apenas um símbolo neutro, a que nós atribuímos uma boa ou má conotação, conforme o nosso discernimento em determinado momento.
O discurso da riqueza que actualmente se faz é para convencer toda a gente que alimentar um sistema baseado na multiplicação do dinheiro é o grande sentido da vida. Que sem isso tudo o resto desaparece. E, na verdade, se de repente todo o dinheiro desaparecesse, ninguém sucumbiria e, provavelmente, outro símbolo surgiria, ou seria criado, para medir o valor das coisas e das trocas entre as pessoas.
Acontece que as pessoas se sentem cansadas de estar sempre a ser medidas por um símbolo sobre o qual não têm controlo. Que um pequeno grupo monopoliza e manipula para manter toda a gente miserável e na expectativa da felicidade.
O que está mal na política e nos seus representantes é o constante adiar da vida para um futuro que poderá ser melhor se todas as irracionais exigências monetárias forem cumpridas, quando a felicidade está em viver hoje de acordo com o que todos temos e que o dinheiro nunca poderá comprar: a vida e a muito mais terrena capacidade para a gozar agora, com tudo o que ela nos oferece.
Muitos são os candidatos que se apregoam da mudança e contra o actual estado da Nação, da Europa e da crise mundial. O certo é que, até agora, todos eles falam na riqueza que é preciso gerar em tempo de crise, perpetuando os medos e as promessas com muitas palavras que até parecem novas e de esperança. Mas nenhum consegue chamar os bois pelos nomes e propor uma verdadeira mudança.
A única que até agora apresentou uma alternativa concreta é a candidatura de Isabel Magalhães e do movimento por ela criado, o Ser Cascais. Com frequência, refere o Ser em vez do Ter, verbalizando com muita simplicidade o que todos queremos: ser considerados para lá do símbolo do dinheiro e dos seus jogos, recuperados no valor que todos carregamos, sem excepções.
Uma única voz diz o que é necessário para mudar de facto e arranjarmos um novo e satisfatório símbolo para os nossos desejos e para a nossa felicidade. E isso só se consegue ouvindo com atenção Isabel Magalhães e a sua simples proposta: sejamos!
O movimento Ser Cascais não tem dinheiro e não propõe esse símbolo como meta para atingir a felicidade dos cidadãos. Propõe o acesso directo a ela e ao sucesso, independentemente do estado da Nação e da sua adesão negativa a um símbolo que já todos identificam como um negro carrasco sobre as cabeças das pessoas em todo o mundo.
Seria de esperar que uma proposta tão assertiva fosse, no mínimo, replicada pelos outros intérpretes da política. Para o que seria preciso que entendessem a sua própria escravidão ao símbolo e ao significado que lhe atribuem. Mas isso não acontece, porque são pessoas que não se levantam todos os dias com gratidão por estarem vivas e com entusiasmo por cada momento em que são, em que existem. São pessoas que sentem o jugo e a pressão, não tendo muito mais consciência do embuste em que incorrem do que os demais cidadãos.
No caso de Isabel Magalhães, o Ser em vez do Ter, e da sujeição implícita, basta para justificar a enorme fé que tem na vida e nas capacidades de cada indivíduo. O seu trabalho não é político no sentido convencional e degradado do termo. É o de apontar um caminho e exibir os seus bons resultados pessoais como exemplo de que uma atitude diferente compensa e recompensa.
É uma mudança de consciência que já está à nossa frente. Não chega avisar os políticos que as pessoas já estão conscientes dos seus jogos e dos seus logros. Impõe-se mudarmos a nossa atitude e gozar os frutos dessa mudança, de Ser em vez de Ter. 
A diferença está em ser de imediato como se deseja ou procurar ter qualquer coisa que só pode ser um fraco símbolo ou substituto do que realmente queremos.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

o outro lado da informação





A recolha maciça de informação por parte dos governos e de algumas organizações tem assustado muito boa gente. O medo de que as imensas bases de dados electrónicas sejam usadas para controlar as pessoas tem sido um assunto muito debatido ultimamente.
Ean Schuessler traz-nos, nesta conferência em que participou no Brasil, a sua versão: como usar essa informação para conhecer melhor o sítio onde vivemos e pressionar os governos a introduzir mudanças que melhorem a qualidade de vida de todos.
No vídeo, em que diz ser necessário 'piratear' as nossas cidades, fala de várias organizações que têm presença online, explica como usar software livre para mapear as necessidades locais, sondar a opinião das pessoas e sugerir pequenas soluções.
Como diz logo de início, quando se quer travar uma máquina gigantesca como um governo, o melhor conhecê-la bem para não provocar um desastre ainda maior.
Uma das suas sugestões é o uso da LocalWiki, uma parte da Wikipédia que permite criar artigos sobre locais e assuntos que não são considerados de suficiente notoriedade para integrar a enciclopédia principal. E deixa muitas outras sugestões de software livre que podem ser usadas localmente para começar a dinamizar um grupo de interesse e de intervenção.
Esta conferência merece a nossa atenção pela forma simples como descreve as inúmeras possibilidades de usar redes sociais, software e a informação que outras pessoas recolhem para agir e mudar um pouco a realidade em que vivemos.
Uma grande inspiração para quem quer tomar parte na mudança sem ter de ir para a rua queimar pneus, partir vidros ou sujeitar-se a cargas policiais. A ver do princípio ao fim.

terça-feira, 9 de julho de 2013

rumores de cascais: as boas escolhas

Isabel Magalhães (Foto de Ivan Capelo)
Quando um amigo se levanta para tentar mudar alguma coisa que todos vemos que não está bem, que espécie de pessoas seríamos se não nos levantássemos também para fazer o mesmo e não o deixar  sozinho a fazer o trabalho de todos?
Mais, se conhecemos esse amigo, se sabemos que a mentira não faz parte da sua vida, que se afasta de tudo o que não lhe parece claro e ainda te estende a mão para te mostrar que tudo tem conserto, que pessoas seríamos se não honrássemos o trabalho e a dedicação que essa pessoa põe na recuperação de um sonho que também é nosso?
Nesta altura, esse amigo é uma mulher que não faz parte de nenhum feudo de partidos que, grandes ou pequenos, têm hábitos e comportamentos de alcateias especializadas nas artes predatórias. Que não participa dos seus mirabolantes esquemas de exploração e domínio de seres humanos, que tem experiência e capacidade para gerir bens e destinos sem disso necessitar para a sua subsistência ou sucesso pessoal. Que acredita as capacidades individuais de todos e que não se deixa intimidar pela propaganda da desgraça. Que não tem apetência pela corrupção e não cede à coacção do poder instituído.
Essa mulher é, com absoluta certeza, uma ameaça para aqueles que, ao cabo de décadas, se habituaram a viver, e muito bem, a custa dos outros e do seu trabalho. É uma ameaça para os que nos ameaçam com as suas práticas desumanas e usurárias. E que acreditam poder, apesar disso, manter-se sem consequências de maior na sua vida privilegiada e parasita.
A mulher de que falo tem um plano, uma visão da vida que nos abrange a todos, que nos integra a todos de uma forma mais justa. Uma proposta de não mais deixar que a riqueza de todos sirva para enriquecer um punhado e não para cuidar de todos e multiplicar as suas hipóteses de uma vida plena e bem estruturada.
É nessa mulher que vou votar. E não em qualquer dos grupos que, como quadrilhas de malfeitores, distribuem entre si os territórios e a riqueza, sem qualquer espécie de ambição que não a de desbaratar o fruto das suas rapinas em luxos que confundem com o significado da sua existência neste mundo.

boca de cena

O trabalho é sempre muito, mas os resultados entusiasmantes. O Gil Cruz aposta nos seus deliciosos bonecos, símbolos e jogos de cor.
'Ensaio Geral' de Gil Cruz (Acrílico s/ tela)
'Ensaio' de Marita Ferreira (Aguarela s/ papel)
Marita Ferreira numa versão mais fantasiosa e envolvente com os seus 'bonecos' em ambiente teatral. Vão mostrar o seu projecto no Teatro Mirita Casimiro, no Monte Estoril.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

sede

Under the light (oil on canvas) - Marita Moreno Ferreira
Debaixo de água e a sentir sede. No sítio e no momento certo e não perceber. Mas sempre a sentir sede de tudo, de mais, de vida até não ser suportável.
Há um torpor nesta nossa vida que não se entende, que quase não se vence. Há uma ideia de querer viver que nos impede de fazer isso mesmo. Uma vida que se tem e que se vive, mas que parece sempre, sempre que podia ser diferente.
E pode, se abandonarmos o pensamento para nos rendermos ao que nos está a acontecer. À sede que nos arrasta e nos consome, apesar da resistência. Temos medo do rio, da corrente, da força das ondas, da vertigem, da queda livre, de um clímax, quando tudo o queremos é justamente isso.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

silêncio

Foto Robert Rabbin
Não há convulsão no silêncio. Quando chega o momento, é para lá que me retiro. Fora do alcance do ruído e do caos, só a liberdade se sente. Só paz, só felicidade. Bem-aventurados são os que cultivam o silêncio e não se sentem na obrigação de acompanhar a agitação e a comoção alheia.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

a inocência dos palhaços

(imagem daqui)
Mais importante do que discutir se um palhaço é ou não palhaço, o importante é ver o que está realmente por trás da máscara.
O mais singular é, no entanto, a imensa capacidade que alguns palhaços têm para acreditar que os outros continuam a ver neles a imagem que compuseram para os iludir.
A verdade é que, num mundo em que a comunicação já não depende do controlo que têm sobre os média e dos esforços das grandes corporações para impor aos fornecedores de serviços de internet e telefone novos métodos de censura, já ninguém tem a inocência idealista de anteriores eras.
Os verdadeiros inocentes são os que se mascaram e acreditam, ainda assim, que o seu disfarce é perfeito e animado e convincente e inviolável. Uma ternura.